Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle da Controladoria Geral da União de estados do Nordeste protestaram contra a desvalorização da carreira, nesta segunda-feira (21), durante o evento paralelo do G20 sobre integridade e anticorrupção que acontece em Natal.
Vestidos de preto e com cartazes que pediam um acordo com o governo federal em relação ao reajuste salarial, eles ocuparam a galeria do evento durante a reunião de especialistas e líderes globais.
“Estamos aqui com colegas da Paraíba, do Ceará, de Alagoas, e com servidores da Controladoria-Geral da União do Estado do Rio Grande do Norte para chamar a atenção do governo federal e pedir a retomada das negociações, a reabertura do diálogo com a categoria, porque não existe combate à corrupção com servidores desvalorizados”, disse Elaine Niehues Faustino, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical).
Greve
No último dia 8, a carreira de Finanças e Controle rejeitou pela terceira vez consecutiva a proposta de acordo do governo, por entender que o termo não atendia nenhum dos pontos centrais para a valorização da carreira. Entre as reivindicações estão a correção de assimetrias salariais com carreiras de mesmo nível, com as quais guardava similaridade remuneratória até 2016; o cumprimento do acordo firmado em 2015, que previa a exigência de nível superior para ingresso no cargo de Técnico Federal de Finanças e Controle, cujas atribuições já justificam tal exigência; e a manutenção dos atuais 13 níveis da tabela de progressão, tendo em vista que o governo propõe a ampliação para 20 níveis, mas de forma não isonômica em relação a outras carreiras.
Em nota, o Unacon Sindical destacou que a desvalorização da carreira em relação a outras de mesmo nível impacta diretamente a capacidade de retenção de talentos. Mais de 35% dos servidores da CGU aprovados no concurso público de 2022 pediram exoneração para assumir cargos em carreiras mais valorizadas.
Outra denúncia da entidade aponta o descumprimento de recomendações e compromissos internacionais. “Enquanto a Convenção Interamericana Contra a Corrupção, da OEA, recomenda o fortalecimento dos órgãos de controle e o incentivo aos servidores na linha de frente do combate à corrupção, o governo promove, por meio das reestruturações administrativas propostas, o rebaixamento dessa carreira essencial”, afirma o Sindicato.
Amanhã, terça-feira, os servidores da CGU farão um novo dia de greve. A paralisação, que ocorre às terças e quintas, conforme deliberação da categoria, já afeta a capacidade operacional do órgão em várias áreas, como a conclusão de acordos de leniência e a realização de auditorias e fiscalizações.
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