Considerada a maior causa de cegueira irreversível, o glaucoma já afeta 2,5 milhões de pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG). No Rio Grande do Norte, a estimativa é de que mais de 40 mil pessoas são acometidas, até agora, pela enfermidade.
O mais preocupante para a comunidade médica é o fato de 70% dessas pessoas não saberem que sofrem com a doença, que pode ser definida como uma elevação da pressão intraocular que danifica o nervo óptico.
O glaucoma pode se desenvolver durante meses ou anos sem apresentar sintomas. Eles só aparecem na fase mais avançada, quando a pessoa começa a esbarrar nas coisas, pois vai perdendo a visão periférica (vê bem o que está na sua frente, mas não enxerga o que está nas laterais).
O oftalmologista Jaime Martins explica que a doença pode ser descoberta em consultas médicas de rotina (pelo menos uma por ano). “A consulta regular ao oftalmologista é necessária em qualquer faixa etária, mas, após os 40 anos de idade, ela passa a ser indispensável. E, caso haja fatores de risco, como histórico familiar, hipertensão arterial e diabetes, marque uma consulta com o especialista, independente da idade”, disse.
Verônica Felinto lida com o glaucoma há 20 anos. Ela descobriu que tinha a doença aos 24 anos de idade. “Quando eu fui ao médico, eu já tinha glaucoma, mas ele não tinha visto. Aí eu fiquei usando óculos só para descanso. Mas me incomodava, então eu marquei outro médico [que fez o diagnóstico correto]. Se eu tivesse demorado mais um pouquinho, eu teria ficado cega”, contou. O filho dela, de apenas 24 anos de idade, também possui a enfermidade.
De acordo com Jaime Martins, existem diversos tipos de glaucoma, inclusive o que acomete crianças, e embora a causa ainda seja indefinida, fatores como histórico familiar, idade e miopia de alto grau podem contribuir para o seu surgimento.
O glaucoma é uma doença crônica e sem cura, mas pode ser controlada com o uso de medicamentos apropriados que normalizam a pressão intraocular e impedem que a doença avance, provocando a perda da visão.
O tratamento vai desde a utilização de colírios, que baixam a pressão ocular, a cirurgias e ao uso do laser. O médico reforçou a importância de manter uma rotina de cuidados com a saúde ocular. “O alerta sobre o glaucoma deve ser feito durante todo o ano”, encerra.
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