À medida que o ritmo da vida cotidiana se acelera, aumentam também as demandas para rápidas tomadas de decisões, inclusive uma que se avizinha que é o “VOTO”. Mesmo com todo um esforço de concentração, será que somos capazes de distinguir entre as informações significativas e aquelas que não passam de ruído? É possível separar o joio do trigo?
Um fato é que não é possível pensar com ruído, concentrar muito e ser preciso nas decisões ou opiniões. O ruído social — uma categoria que nos aprisiona na forma de uma oferta incessante de distrações e notificações — é, além de ensurdecedor, um grande inibidor da atividade racional e consciente. Por isso, é viável valorizarmos cada vez mais o silêncio como um privilégio, como um valor incalculável para a saúde, mas se calar diante do que vivemos é uma alternativa racional?
Não!
Separar o que são sinais de um bom tempo, de positividade e o ruído da maldade é hoje a tarefa mais complexa a qual o indivíduo é submetido. As redes sociais e toda a grande quantidade de informação, quebram o silêncio da nossa capacidade cognitiva e nos expõe à pensamentos insanos. Sabemos claramente que o ruído altera a consciência, o conhecimento e o comportamento. A necessidade de “isolar-se” surge fortemente quando se quer raciocinar não apenas de forma eficaz, mas também de forma justa, equilibrada e imparcial, eis que surge assim uma possível solução.
Não falo de se isolar fisicamente – pode até ser – mas falo em se isolar das fontes que jorram as famosas fake news ou fatos distorcidos. Nesta eleição o exercício mais caro ao eleitor é conseguir se proteger de tudo isso para tentar tomar a melhor decisão para si e para o coletivo.
A desinformação é provavelmente o dano coletivo e pessoal mais invisível – política e socialmente – apesar de seu impacto em nossas decisões. Estamos naturalizando o barulho sem o necessário debate público. Discutimos cada vez mais sobre o ruído que é dito por muitas figuras políticas, do que os bons sinais que poderiam nos ajudar a sair do buraco que estamos.
Hoje a liberdade é o silêncio. Eis que este é o único lugar em que o indivíduo pode ser, fazer e pensar sem ser influenciado e dobrado pelos ruídos. O mundo exterior, que te agride. O digital, que tem te aprisionado. O interior que não mais interpreta, apenas segue a manada.
Thiago Medeiros, sociólogo
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