O amistoso foi alinhado entre as federações dos dois países tendo o combate ao racismo como foco. “Uma só pele, uma só identidade” foi a frase escolhida como lema. Vinícius Júnior, do Real Madrid, é alvo recorrente de insultos na Espanha.
Publicado 26 de março de 2024 às 19:46
Endrick entregou seu cartão de visitas à Espanha nesta terça-feira (26). O garoto de 17 anos novamente foi decisivo para mudar o perfil inibido do futebol da seleção brasileira no segundo tempo e buscar o empate por 3 a 3 em sua futura casa, o Estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid, clube que comprou o atacante junto ao Palmeiras e ao qual ele se apresenta em julho. A arbitragem, por sua vez, teve atuação decisiva ao marcar pênaltis contestáveis para os espanhóis.
O amistoso foi alinhado entre as federações dos dois países tendo o combate ao racismo como foco. “Uma só pele, uma só identidade” foi a frase escolhida como lema. Vinícius Júnior, do Real Madrid, é alvo recorrente de insultos na Espanha. Uma equipe de seguranças foi posicionada no estádio para fiscalizar eventuais atos racistas.
Para o início de trabalho de Dorival Júnior, há mais aspectos positivos do que negativos. Falta à seleção brasileira ter mais domínio do jogo e conseguir controlar as intenções dos rivais. Endrick deixou claro que merece a titularidade. Também cabem elogios às atuações do goleiro Bento. Vini Jr. e Rodrygo não renderam e estiveram longe do protagonismo esperado. A Data Fifa se encerra com uma vitória e um empate e uma perspectiva melhor do que no encerramento de 2023, com a seleção ainda sob o comando de Fernando Diniz.
Com Vini de capitão, Dorival optou por não fazer mudanças na escalação da seleção. Foi mantida a mesma formação da vitória sobre a Inglaterra. Endrick, que marcou o gol do triunfo em Londres, ficou no banco. Já o técnico da Espanha, Luis de la Fuente, colocou em campo desde o início o jovem Lamine Yamal, joia do Barcelona, de 16 anos.
Desde os primeiros movimentos, a seleção espanhola impôs seu estilo de muita posse de bola, pressionou desde o início e encurralou o Brasil. A sequência ofensiva dos donos da casa foi agradiaca com um pênalti. Yamal fez fila na grande área e foi derrubado por João Gomes. Sem auxílio do VAR – indisponível no amistoso -, o árbitro português não teve dúvida em marcar a penalidade, apesar da baixa intensidade do contato. Rodri bateu no meio do gol e pôde comemoram o placar inaugurado, aos 12 minutos.
O Brasil não conseguia sair do campo de defesa. As duas laterais se mostraram os pontos frágeis da seleção brasileira. Foi por lá que a Espanha criou suas melhores oportunidades, fosse pela flanco destro ou canhoto. Enquanto Yamal brilhou pela seleção espanhola, Vini Jr. teve dificuldades para aparecer no time brasileiro.
Quando a seleção brasileira parecia equilibrar as ações ofensivas, veio o choque de realidade. Dani Olmo recebeu passe pelo lado direito da grande área, colocou a bola entre as pernas de Beraldo, deixou Bruno Guimarães na saudade e anotou um golaço, aos 36 minutos. Não tardou muito, e o Brasil pôde comemorar. O goleiro Unai Simón entregou um presente nos pés de Rodrygo. O atacante do Real Madrid bateu de cobertura com categoria para diminuir a vantagem espanhola.
Na volta do intervalo, Dorival promoveu quatro substituições. A principal delas foi a entrada de Endrick no lugar de Raphinha. Aos 5 minutos, a primeira página de uma história foi escrita. Após cobrança de escanteio, a bola ficou viva na grande área, e o atacante do Palmeiras emendou, de primeira, e empatou o jogo para a seleção brasileira. A jogada arrancou aplausos de torcedores espanhóis. O garoto correu para abraçar os pais nas cadeiras atrás do gol.
Definitivamente, o Brasil mudou sua postura na etapa complementar. O time acuado deu lugar a uma equipe vertical. Nem mesmo uma guinada ofensiva espanhola alterou o panorama. As duas equipes se mostraram perigosas.
Vini foi substituído aos 25 minutos. Ele foi aplaudido de pé pelos torcedores no estádio merengue. A Espanha, então, cresceu no jogo. Bento, titular nas duas partidas, mostrou que tem amplas condições de brigar pela vaga com os experientes Alisson e Ederson.
No fim do jogo, aos 42 minutos, a Espanha se recolocou em vantagem com um novo pênalti. Em um lance normal de jogo, o árbitro português marcou uma penalidade cometida por Beraldo sobre Carvajal. Rodri bateu e fez mais um. No apagar das luzes, quando tudo parecia decidido, um pênalti para o Brasil. Galeno foi derrubado e Paquetá deixou sua marca, aos 51.
ESPANHA 3 x 3 BRASIL
ESPANHA: Unai Simón; Carvajal, Le Normand (Cubarsí), Laporte e Cucurella; Fabián Ruiz, Rodri e Dani Olmo; Yamal (Jesús Navas), Morata (Oyarzabal) e Nico Williams. Técnico: Luis de la Fuente.
BRASIL: Bento; Danilo (Yan Couto), Fabrício Bruno, Lucas Beraldo e Wendell; Bruno Guimarães (André), João Gomes (Andreas Pereira) e Lucas Paquetá; Rodrygo (Galeno), Raphinha (Endrick) e Vinícius Júnior (Douglas Luiz). Técnico: Dorival Júnior.
GOLS: Rodri, aos 12, Dani Olmo aos 36, Rodrygo aos 39 minutos do 1º tempo; Endrick, aos 5, Rodrigo aos 32, Lucas Paquetá, aos 51 minutos do 2º tempo.
ÁRBITRO: António Nobre (POR).
CARTÕES AMARELOS: Laporte, Le Normand, Andreas Pereira, Beraldo, Endrick, Lucas Paquetá e Bruno Guimarães.
LOCAL: Estádio Santiago Bernabéu, em Madri.
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