O prédio do antigo Hospital Ruy Pereira, localizado no bairro de Petrópolis, zona Leste de Natal, segue abando-nado e preocupando quem trabalha, mora, estuda e transita pelo seu entorno. A estrutura, que estava em condições precárias e foi entregue pelo Governo do Estado em 2020, custava, apenas de aluguel, R$ 200 mil.
Já se passaram quase dois anos desde a desativação feita por orientação do Ministério Público e o prédio, que era alugado, foi devolvido para seu proprietário, o médico Cipriano Correia. De acordo com ele, o imóvel foi vendido logo em seguida. “Foi vendido para uma pessoa de fora há uns dois anos”, confirmou. Desde então, a estrutura está sendo usada como ‘hotel’ por desabrigados e esconderijo para criminosos.
Aline de Oliveira é proprietária de uma banca que fica localizada em frente ao prédio. De acordo com ela, o abandono só trouxe problemas para a população. “É um descaso social. A gente tinha um hospital público de referência em cardiologia e ortopedia, e que ainda poderia estar funcionando. Mas foi abandonado e já furtaram tudo que tinha dentro, todos os materiais que haviam sido deixados lá. Hoje, [o prédio] é um covil de lixo. Fora a poluição visual”, disse a comerciante.
De acordo com Aline, de todos os problemas citados, o maior é a falta de segurança. Segundo ela, os furtos na região aumentaram consideravelmente depois que o prédio foi abandonado. “Acontecem muitos furtos em prédios adjacentes. É recorrente eles terem ar-condicionado, cabos e outras coisas levadas. E é difícil para a polícia chegar aqui e identificar, porque os bandidos entram no prédio, se escondem e, de lá, pulam para outro local. Aí os policiais entram lá, mas não conseguem mapear tudo porque é muito grande. Então [o prédio] é um suporte para quem quer assaltar”, disse a proprietária da banca.
A Escola Estadual Alberto Torres fica localizada bem ao lado do prédio do antigo Hospital Ruy Pereira, na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Coronel Joaquim Manoel. De acordo com a diretora da instituição, Ilkecia Kalini da Silva, desde que a estrutura foi entregue, vários problemas começaram a surgir.
“No início houve algumas invasões, alguns atos de vandalismo, levaram muitas coisas do prédio, tinha muita gritaria e, como somos vizinhos, tivemos muitos problemas. Tivemos arrombamentos aqui [na escola], furtos, etc. Ar-condicionado eles levaram uns quatro. O bebedouro eles arrombaram para roubar os fios de cobre, aí pagamos R$ 1,3 mil para consertar e, na mesma semana, eles roubaram de novo. Deu nem tempo de os alunos usarem direito. Não temos como dar certeza que todos esses furtos aconteceram por causa do prédio, mas sabemos que ele é um facilitador”, relatou Ilkecia.
A diretora contou que não houve outra alternativa a não ser reforçar a segurança na unidade de ensino. “Fomos atrás de polícia, Ministério Público, Secretaria de Educação… colocamos cerca elétrica, sensores de movimento e câmeras. Inclusive, nós fomos atrás e pedimos para que fechassem as entradas do prédio, porque até nossos alunos estavam indo até lá. E lá tinha lixo hospitalar e outras coisas que foram deixadas para trás e que apresentavam risco”, explicou.
Passados quase dois anos do abandono e do início dos incidentes, a diretora da E. E. Alberto Torres conta que já não tem mais tantos problemas como antes, mas teme que eles voltem. “Hoje, no momento, eu tenho poucos problemas com relação ao prédio. Mas ele está aí, abandonado. A barreira que haviam feito com cimento já foi quebrada novamente e os problemas podem voltar a qualquer momento”, disse.
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