Uma cerimônia realizada na Aliança Francesa de Natal, na noite da última segunda-feira (25), inaugurou um monumento alusivo aos 90 anos da primeira travessia aérea transatlântica com correio postal. O feito foi do piloto francês da Companhia Geral da Aéropostale, Jean Mermoz, que em maio de 1930, saiu da cidade de Saint-Louis, no Senegal, e após 21 horas de voo chegou a Natal com 130 quilos de cartas.
O evento foi coordenado pelo Conselheiro de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França no Brasil, Olivier Giron, e contou com a presença do adido de Cooperação do Consulado Geral da França em Recife, Sébastien Dahyot; do diretor da Aliança Francesa de Natal, Ernesto Guerra; da agente consular da França em Natal, Caroline Fernandes; e do escritor da primeira biografia em português de Jean Mermoz, Roberto Silva.
Olivier Giron falou da importância da travessia, considerada marco na história mundial da aviação: “Uma carta que antes levava meses para chegar ao Brasil a bordo dos navios a vapor passou, então, a trazer notícias, para a época, ainda frescas”. Sobre a importância de Natal no fato, Giron destacou: “Por ser a cidade mais perto do continente europeu e africano, Natal foi a primeira das 11 escalas da Aéropostale no país. A cidade já conta com uma escola e uma rua com o nome do piloto Jean Mermoz e a escultura será mais uma maneira de lembrar do passado que a França tem em comum com o Brasil, mais especificamente com Natal”.
A obra, instalada dentro da Aliança Francesa, foi executada pelo o artista carioca Mario Pitanguy e representa o hidroavião “Laté 28.3”, modelo utilizado por Mermoz, incluindo um medalhão do piloto. “A doação da escultura para a população natalense, por meio da nossa instituição, contribui amplamente com a promoção da língua, da história e da cultura francesa aqui na cidade, estamos honrados” disse Ernesto Guerra.
O biógrafo Roberto da Silva, que pesquisou a fundo a vida de Jean Mermoz, expôs algumas curiosidades: “Além dele, a tripulação era composta pelo navegador Jean Dabry e o radiotelegrafista Léopold Gimié. O voo não foi tranquilo, eles enfrentaram o temido pot-au-noir, nuvens compactas e negras que cobrem a superfície da água e a ela aderem, mas com bravura e determinação o piloto conseguiu amerissar no rio Potengi, às 7h 20min do dia 13-05-1930”. Para Roberto, Mermoz e seu feito ainda são muito pouco conhecidos pelo cidadão natalense e a instalação do monumento pode ajudar a reverter esse fato.
O evento marcou o encerramento do “Jean Mermoz em Natal”, projeto iniciado em 2020 pelo Serviço Cultural da Embaixada da França no Brasil, pausado durante a pandemia. Também estavam presentes Mireille Meireles, diretora da Escola Francesa, representantes da UFRN, prefeitura e governo estadual.
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