Mona Lisa Amélia Albuquerque de Lima, advogada investigada na operação Carteiras, foi condenada por integrar uma organização criminosa que atua dentro e fora de unidades prisionais potiguares
Publicado 15 de março de 2023 às 12:28
Mona Lisa Amélia Albuquerque de Lima, advogada investigada na operação Carteiras, foi condenada por integrar uma organização criminosa que atua dentro e fora de unidades prisionais potiguares. Além dela, os internos Orlando Vasco dos Santos e Erasmo Carlos da Silva Fernandes também receberam condenações.
Os três trocavam mensagens através de bilhetes e conversas pessoais, estabelecendo a comunicação dos chefes da organização criminosa com outros integrantes que estão nas ruas. Mona Lisa foi considerada a “coordenadora dos Gravatas” por se intitular como chefe do esquema de troca de mensagens.
Segundo a sentença, Mona Lisa teve a pena fixada em quatro anos, nove meses e cinco dias de reclusão e 16 dias-multa. Orlando Vasco dos Santos teve a pena fixada em seis anos, cinco meses e 23 dias de reclusão e 21 dias-multa, enquanto Erasmo Carlos da Silva Fernandes teve a pena fixada em cinco anos, seis meses e 20 dias de reclusão e 19 dias-multa.
Os três deverão, inicialmente, cumprir a pena de reclusão em regime fechado ou semiaberto, dependendo do caso. Além da condenação, após o trânsito em julgado da sentença, os três terão os direitos políticos suspensos.
Investigação
A investigação do MPRN teve início em julho de 2021. Foi apurado que quatro advogados abusaram das prerrogativas inerentes ao ofício advocatício, realizando a comunicação entre chefes faccionados presidiários e os demais integrantes da organização em liberdade, repassando mensagens relativas às atividades criminosas e, assim, garantindo o regular funcionamento do grupo com a prática de diversos crimes. Eles eram pessoas de confiança dos principais chefes de uma facção. Os “gravatas”, como são chamados os advogados dentro da estrutura do grupo, exercem a função de “mensageiros do crime”.
Segundo as investigações, a advogada Mona Lisa Amélia organizava e cobrava relatórios para os criminosos custodiados e repassava orientações aos membros soltos da organização, bem como transmitia mensagens e preocupações dos chefes da facção que se encontram custodiados. Em uma conversa em um grupo de WhatsApp, ela chegou a reivindicar a função de “corregedora dos presídios” em nome da facção.
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