Izabel Maria, de 63 anos, perdeu a visão do olho esquerdo após passar pelo mutirão de cirurgias de catarata em parelhas. Foto: Cedida

Izabel Maria, de 63 anos, perdeu a visão do olho esquerdo após passar pelo mutirão de cirurgias de catarata em parelhas. Foto: Cedida

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Cegueira “A Prefeitura está ciente que deverá indenizar esses pacientes”, afirma promotora sobre caso de mutirão em Parelhas

Nove de 15 pacientes infectados perderam globo ocular em mutirão de cirurgias realizado na cidade no interior do RN

por: NOVO Notícias

Publicado 18 de outubro de 2024 às 11:35

“A gente tem dados e vai buscar a prefeitura, que já está ciente de que terá que indenizar esses pacientes”. A afirmação é da promotora de justiça, Ana Jovina de Oliveira, que trabalha na área da Saúde, no município de Parelhas, Região Seridó do Rio Grande do Norte, e está analisando o caso dos pacientes infectados em mutirão de cirurgias e que perderam o globo ocular após o procedimento. A promotora explicou sobre o acompanhamento que o Ministério Público do Estado está fazendo sobre a questão durante coletiva de imprensa realizada de forma online na manhã desta sexta-feira (18).

O mutirão de cirurgias foi realizado nos dias 27 e 28 de setembro. De acordo com informações passadas pela Prefeitura de Parelhas, vinte pessoas participaram do mutirão, 15 foram infectadas no dia 27 de setembro, 9 pacientes perderam o globo ocular; 4 fizeram o procedimento de vitrectomia e 2 estão em casa sendo acompanhadas com boa evolução do quadro, com mais de 80% do quadro infeccioso já solucionado, mas ainda não conseguem enxergar.

A promotora Ana Jovina informou que as denúncias chegaram ao Ministério Público através do canal no Whatsapp, foram três pessoas que relataram o problema: um vereador da cidade, uma denúncia anônima e um paciente. “Terminamos hoje a fase de analisar o conteúdo probatório, que é a etapa inicial, onde é feita toda perícia e análise dos fatos. Em seguida vamos iniciar as oitivas de todos os envolvidos. É necessário ter cautela nessa primeira etapa, houve culpa, culpa gravíssima e deve ser atribuída a quem? A atribuição de culpa precisa ser mediante o posicionamento”, destacou a promotora.

A promotora da Saúde, Rosane Moreno, também explicou que o Caops está se debruçando na análise técnica e que após essa fase será feito um plano de ação. Depois da etapa de avaliar os dados técnicos a promotora Ana Jovina vai estar mais próxima dos familiares.

Rosane Moreno esclareceu também que o MP acompanha as questões dos problemas de filas na área da saúde e que não é contrário há realização de mutirões para zerar essas filas, mas que eles devem ser feitos cumprindo as regras de higienização e todos os critérios da vigilância sanitária. Ela destacou ainda que a investigação se houve fim eleitoreiro na realização desse mutirão especificamente cabe ao Ministério Público Eleitoral.

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