Coluna Daniela Freire
_31 de julho de 2023, na edição impressa do Novo Notícias_
*Allyson Bezerra cobra Governo, mas Mossoró deve R$ 90 milhões à Caern*
*Devedor*
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, esteve entre os gestores potiguares que foram ao Centro Administrativo na mobilização politiqueira articulada pelo ex-presidente da Femurn, o prefeito de São Tomé Babá Pereira, aliadíssimo do senador Rogério Marinho. Allyson foi uma das vozes mais indignadas na cobrança dos repasses constitucionais do ICMS. No entanto, há um detalhe que coloca uma lupa sobre a revolta do prefeito de Mossoró contra o Estado. É que a gestão da capital do Oeste também tem uma dívida milionária com o Governo.
*Cobrando*
E embora Allyson tenha até gravado e publicado nas redes sociais um vídeo afirmando que o Executivo “deve mais de R$ 90 milhões” ao município, “de ICMS, IPVA, Farmácia Básica e Saúde”, um levantamento ao qual o Blog teve acesso mostrou que Mossoró tem um débito de nada menos do que R$ 90 milhões com o Executivo potiguar.
*Tamanho*
Os números constam em planilhas da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), as quais a coluna teve acesso com exclusividade. Inicialmente, o documento apresentado a esta jornalista informava uma dívida de R$ 36 milhões, mas um novo levantamento revelou que, na verdade, o montante chega ao equivalente cobrado por Allyson ao Governo.
*Deve, mas cobra*
A Caern é uma empresa de economia mista estadual, com personalidade jurídica própria, que tem como maior acionista (mais de 90%) o Governo do Estado. E vale lembrar que o prefeito de Mossoró tem, regularmente, feito críticas à respeito da Companhia.
*Chateado*
O secretário da Fazenda do Estado, Cadu Xavier, não gostou nada de ser chamado de mentiroso pelo prefeito de São Tomé, Babá Pereira, que articula as mobilizações políticas de gestores municipais contra o Governo Fátima Bezerra, mesmo após o entendimento oficial formalizado entre os entes federativos e detalhado em ata elaborada pela própria Federação e compartilhada com esta colunista pela Comunicação da Femurn horas após o fim da reunião entre a entidade e os representantes do Executivo.
*Quem fala*
Em entrevista à 98FM, da qual esta colunista também participou, Babá chamou de “mentirosos” os que haviam dito que os municípios tinham aceitado qualquer proposta. Ou seja, Cadu Xavier, que publicamente reconheceu o acordo, e a ata da Femurn, que tem como presidente atual o prefeito de Lagoa Nova Luciano Santos, que detalhou todo o entendimento de forma oficial.
*Sem explicação*
Após perceber que estava público e notório que não havia mais nenhum motivo para uma manifestação contra o Governo, diante dos acertos já promovidos e tornados oficiais, Babá acabou mostrando o lado puramente politiqueiro do movimento que ele organiza.
*Sem resposta*
À bancada da 98FM, o ex-presidente da Femurn não conseguiu explicar, por exemplo, como estavam protestanto para serem recebidos pela governadora Fátima Bezerra se sequer tinham feito esse pedido ao Governo. Babá também não conseguiu explicar como uma ata oficial da Federação e o próprio secretário da Fazenda afirmavam que existia acordo para pagamentos de débitos estaduais com as prefeituras e mesmo assim o seu grupo reclamava no Centro Administrativo. Assim como também não teve êxito em dizer porque esperou Cadu Xavier deixar a reunião com a Femurn, após o entendimento, para então dizer que não queria o parcelamento do ICMS da forma proposta pela federação. Ficou feio para o prefeito de São Tomé.
*Mais*
Aliás, a presença de parlamentares de oposição ao Governo junto aos prefeitos que se mobilizaram em frente à Governadoria, na terça-feira passada, foi mais uma prova da politicagem promovida pelo grupo de Babá. A linha dos deputados presentes: General Girão e Coronel Azevedo, ambos do PL, partido ao qual Babá também é filiado.
*Ruído*
A possibilidade de o senador Rogério Marinho ter o mandato cassado pela Justiça Eleitoral, por conta de ação impetrada pela Procuradoria Eleitoral junto ao Ministério Público, que acusa o parlamentar bolsonarista de abuso de poder econômico nas eleições usando a Codevasf, provocou um ruído nos bastidores govenistas.
*Motivo*
Isto por conta da antecipação feita pela deputada estadual Divaneide Basílio, que ao comemorar a possibilidade de cassação de Marinho e de realização de eleições suplementares já lançou a candidatura à vaga de senador de Fernando Mineiro. “Defenderei internamente que o PT apresente candidatura própria e lance Mineiro como candidato ao Senado em caso de eleição suplementar”, escreveu nas redes sociais.
*Justo*
Em seguida, veio o barulho da ala mais próxima ao presidente da Petrobras, o ex-senador Jean-Paul Prates. Que em 2022 deixou a vaga de senador para ser disputada por Carlos Eduardo Alves, que perdeu a posição. Os mais próximos de Prates consideraram injusto o pré-lançamento feito por Divaneide por acharem que o presidente da Petrobras tem a vez. Agora, se ele quer deixar o comando de uma estatal da envergadura da Petrobras para concorrer ao Senado, são outros quinhentos.
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