Estação de pesquisa situada no município potiguar de Caiçara do Rio do Vento (RN) busca desenvolver técnicas de sobrevivência e exploração para futura colonização marciana
Publicado 17 de julho de 2023 às 15:30
O ambiente é inóspito e nada convidativo. Distante da civilização, um grupo de pesquisadores trabalha em uma região árida, rochosa e com terra vermelha à perder de vista. A sobrevivência ali é, para além de um exercício diário, objeto de estudo. Estabelecer moradia em um ambiente como o de Marte, a 225 milhões de quilômetros da Terra, faz parte das pesquisas do professor do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Júlio Rezende, que criou uma estação espacial bem no meio da caatinga nordestina, na zona rural do município de Caiçara do Rio do Vento (RN). O objetivo é simular planos de ocupação e exploração do terreno marciano.
Batizado de Habitat Marte, o trabalho é resultado da investigação desenvolvida durante seu pós-doutorado, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Com a simulação, o cientista pretende fazer com que o local seja um núcleo de pesquisas que possam ser utilizadas no planeta vermelho no futuro.
Inspirada na estação espacial norte-americana Mars Desert Research Station (MDRS), coordenada pela Mars Society, o Habitat Marte possui instalações necessárias para ser ocupada durante um tempo.
Dentro da estrutura, os pesquisadores podem simular estudos em laboratório sobre o solo, o clima e a atmosfera marciana. O local também está preparado para receber simulações de expedições ao planeta, utilizando-se trajes espaciais feitos especialmente para os cientistas.
A estação é o único habitat análogo à Marte em operação no hemisfério sul. Desde dezembro de 2017 está completando 147 missões com mais de 900 participantes de mais de 40 países.
Durante a missão, os participantes atuam em pesquisas interdisciplinares aplicadas à sustentabilidade em habitats espaciais. São discutidas atividades operacionais e estudos relacionados à gestão de habitats espaciais, produção de alimentos, saneamento (abastecimento de água, esgoto e resíduos), energia e educação.
Um dos aspectos mais significativos da estação espacial brasileira, segundo Júlio Rezende, é o fato de que o Habitat Marte está disponível para ser utilizado por cientistas, pesquisadores, professores ou estudantes de qualquer área do conhecimento, já que o desafio humano, durante o futuro processo de colonização do planeta vermelho, exigirá o domínio de informações em todas as áreas do conhecimento.
“A produção de alimento em estufa possibilita melhor controle de recursos e variáveis como disponibilidade hídrica, temperatura e umidade”, diz o professor Júlio Rezende.
O centro teve um projeto aprovado recentemente em edital do programa federal Centelha, voltado a empreendedorismo inovador, e conta com recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Sebrae-RN (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
As missões acontecem todos os meses e está aberto para pesquisadores, estudantes e curiosos. A estação espacial Habitat Marte apresenta informações atualizadas de suas atividades nas redes sociais @HabitatMarte. Através deste canal é possível obter informações sobre as missões e participações.
CONHEÇA:
A estação espacial Habitat Marte apresenta informações atualizadas de suas atividades nas redes sociais @HabitatMarte. Através deste canal é possível conhecer mais sobre as missões e participações.
Mais informações: (84) 99981-8160.
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