Após a confirmação de 5 casos de gripe aviária em aves silvestres no Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) declarou, na tarde desta segunda-feira (22), emergência zoossanitária em todo o País. A portaria é assinada pelo ministro Carlos Henrique Baqueta Favaro.
No texto, O MAPA justifica que resolveu “Declarar estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, por um prazo de 180 dias, em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade (IAAP) em aves silvestres no Brasil.””
No segundo artigo, o MAPA prorrogou “a vigência da Portaria MAPA nº 572, de 29 de março de 2023”. Esse texto previa reforço à prevenção da entrada do vírus da gripe aviária no Brasil.
Na época, final de março, o País ainda não tinha registrado nenhum caso da doença “mesmo tendo seis países fronteiriços na América do Sul com surtos de influenza aviária (Equador, Peru, Chile, Bolívia, Venezuela, Colômbia, Uruguai e Argentina).
Sábado recente, o MAPA divulgou que tem intensificado as ações de vigilância em populações de aves domésticas e silvestres em todo o país. No mesmo dia, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), confirmou mais dois casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) de subtipo H5N1.
Com isso, subiu para 5 o número de confirmações de casos em aves silvestres, mas nenhum em humanos. O estado de Espírito Santo contabilizou mais um caso confirmado em ave silvestre, agora da espécie Thalasseus Maximus (nome popular trinta-réis-real).
O animal foi encontrado na zona rural do município de Nova Venécia. Como a ocorrência foi em área não litorânea, a ação de vigilância será ampliada também para os municípios vizinhos: São Gabriel da Palha e Águia Branca.
Já o outro caso, também em ave silvestre, foi detectado no estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra em área litorânea. Trata-se de ave da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando).
É importante lembrar que doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos. As infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária podem ser adquiridas, principalmente, por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas).
O Ministério da Saúde informou, também no sábado, que as amostras dos 33 casos suspeitos de influenza aviária em humanos no Espírito Santo deram negativas para o vírus H5N1.
Outros dois novos casos suspeitos estão sendo investigados. Desta forma, o Brasil segue sem nenhum caso em sua população. As amostras foram analisadas pelo laboratório da Fiocruz.
O homem de 61 anos, funcionário de um parque municipal de Vitória onde foi encontrada uma das aves com resultado positivo para IAAP, já foi liberado do isolamento.
Em casos de contatos com aves infectadas e apresente sintomas gripais, o cidadão deve informar imediatamente ao serviço de saúde para que sejam adotados os protocolos de monitoramento e análise laboratorial.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Agro estimou qual seria o prejuízo caso o vírus altamente patogênico atingisse plantéis comerciais no país, e segundo a pesquisadora da Fundação, Talita Priscila Pinto, as perdas podem chegar a R$ 13,5 bilhões de reais.
O total resultaria da perda direta de R$ 7,3 bilhões em exportações do agronegócio, o que ocasionaria prejuízos indiretos de R$ 6,1 bilhões em outros setores da economia.
Para além do valor financeiro perdido, o estudo também prospecta que 46 mil postos de trabalho seriam fechados, olhando para todos os elos da cadeia da avicultura brasileira. “Só no agronegócio, o prejuízo seria de R$ 7 bilhões de reais, além de 26 mil empregos. Outros setores que seriam muito impactados seriam o comércio varejista, cadeia de insumos, rações, e logística”, explicou.
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