Os traficantes que controlam as favelas de Parada de Lucas, Vigário Geral e outras três comunidades na Zona Norte do Rio de Janeiro adotaram referências bíblicas como símbolos principais, o que tem sido associado a um fenômeno conhecido como “narcopentecostalismo”. A facção, autodenominada “Tropa de Arão”, utiliza a estrela de David em muros, bandeiras e até em um neon no topo de uma caixa d’água na comunidade Cidade Alta.
De acordo com a polícia e centros de pesquisa em segurança pública, a Tropa de Arão controla o tráfico nas favelas de Cidade Alta, Pica-pau, Cinco Bocas e Vigário Geral, além de ter batizado o território de “Complexo de Israel”. Esse fenômeno tem atraído atenção dos pesquisadores, que apontam que a religião tem um papel estratégico na manutenção do poder e na disputa por territórios.
Segundo a cientista política Kristina Hinz, a adoção de religiões neopentecostais pelos traficantes é um fenômeno que tem sido analisado por diversos pesquisadores, que o denominam de “narcopentecostalismo”. Isso porque, além da conversão pessoal, a religião tem sido utilizada como uma estratégia para a manutenção do poder e na disputa por territórios.
Pesquisadores apontam que, embora a comunidade evangélica tradicional rejeite a ideia de que um traficante possa ser evangélico, os traficantes considerados parte do neopentecostalismo têm uma vida religiosa ativa.
Em um país que caminha para ter maioria evangélica na próxima década, a conversão de traficantes ao pentecostalismo tem características próprias.
Embora a influência de religiões sobre as dinâmicas de poder do tráfico sempre tenha existido, a adoção de referências bíblicas pelos traficantes é uma tendência que tem sido associada ao narcopentecostalismo.
*Com informações da BBC
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