Fruto “noni” é usado em pesquisa para tratamento de doenças bucais

Cientistas do RN e SP desenvolveram formulados odontológicos a partir da polpa, casca e sementes e tiveram patente aprovada

por: NOVO Notícias

Publicado 9 de julho de 2021 às 10:23

Fruto noni – Foto: Reprodução

Pesquisadores do Rio Grande do Norte, em parceria com cientistas da Universidade de São Paulo (USP), obtiveram a patente de novas composições à base do fruto de noni junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – Produtos de Uso Odontológico – para tratamentos de doenças bucais.

O invento, intitulado “Formulados Nanoestruturados à Base de Extratos Hidroalcoólicos do Fruto de Noni (Morinda citrifolia Linn) para Aplicação Odontológica”, foi desenvolvido por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGB), da UnP, em parceria com a USP e a UFRN.

As sementes, cascas e polpa de noni passaram por processos físico-químicos e foram encapsulados em nanoformulações de uso oral. Os produtos poderão ser biodisponibilizados, em pesquisas subsequentes, para uso na reparação tecidual, irrigante intracanal e tratamento de doenças periodontais, como a gengivite e periodontite, além de atuar na remoção de crosta cerosa causada por micro-organismos (bactérias), com ação antibacteriana via bochecho bucal.

De acordo com os cientistas responsáveis, o uso odontológico tópico das formulações teve eficácia comprovada. Por estar situada na área da biotecnologia, a pesquisa contribui com a medicina moderna e amplia o uso de medicamentos e alimentos produzidos com matéria-prima obtida de fontes naturais.

Desta forma, valoriza e fortalece a tradição milenar do poder curativo e nutritivo dos vegetais que, na atualidade, passaram a ser melhor explorados na nanobiotecnologia. No Brasil, a polpa de noni já é amplamente comercializada e geralmente é consumida com suco de uva, que auxilia na absorção dos nutrientes encontrados no fruto.

A equipe da pesquisa é formada pelos professores do PPGB-UnP Dra. Maria Aparecida Medeiros Maciel, Dra. Amália Cínthia Meneses do Rêgo e Dr. Irami Araújo Filho; pelos professores Márcia Martins Marques (USP), Rejane Andrade de Carvalho (UFRN) e Hugo Alexandre de Oliveira Rocha (UFRN), com colaboração da Dra. Denise Porfirio Emerenciano e do professor Tarciso Bruno Montenegro Sampaio (UnP).