O deputado republicano George Santos, filho de brasileiros, foi indiciado nesta quarta-feira, 10, por 13 crimes nos EUA. Ele chegou a ser preso, mas foi liberado após o pagamento de uma fiança de US$ 500 mil. Santos se declarou inocente de todas as acusações, que incluem desvio de verbas públicas, fraude, lavagem de dinheiro e por ter mentido à Câmara dos Deputados.
O deputado republicano foi preso antes de uma audiência no tribunal de Nova York para ouvir as acusações dos processos criminais abertos contra ele. Em seguida, seus advogados concordaram com os termos de soltura.
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Santos terá de comparecer às próximas audiências de custódia e terá seu direito de ir e vir restrito. Ele poderá viajar apenas entre o Estado de Nova York e a capital, Washington, onde ele ainda bate ponto no Congresso como deputado.
Mentiras
Ontem, diante da Justiça, ele se disse inocente de todas as acusações e garantiu que estará nesta quinta, 11, em Washington para uma votação importante sobre imigração – o projeto de lei republicano, para retomar a construção de um muro na fronteira, no entanto, deve morrer no Senado, dominado pelos democratas.
Santos conseguiu uma importante vitória para o Partido Republicano na eleição para deputado em um dos distritos mais competitivos de Nova York, mas logo se envolveu em um escândalo de mentiras em série, que afetou sua imagem.
Na biografia de Santos, difícil é saber o que de fato é verdade. Filho de uma carioca e de um mineiro, ele disse ser neto de judeus que teriam fugido do Holocausto, teria se formado em duas universidades públicas de Nova York e se tornado um financista de sucesso em Wall Street, com 13 propriedades e uma instituição de caridade que já teria resgatado mais de 2.500 cães e gatos.
Uma reportagem do New York Times, no entanto, revelou que as universidades não tinham registro dele, que empresas de Wall Street não o conheciam, que a ONG não existia e ele não era dono de nenhuma propriedade. Após uma semana de silêncio, Santos admitiu ter “floreado” sua trajetória. “Meus pecados foram florear o meu currículo”, disse Santos ao jornal New York Post.
Diante do escândalo, os republicanos na Câmara dos Deputados estão divididos, com uma minoria que pede a renúncia de Santos e a maioria que evita falar do assunto – a maioria na Casa é apertada e qualquer voto perdido é um risco considerado desnecessário para o líder do partido, Kevin McCarthy.
Expulsão
Ontem, McCarthy, que é presidente da Câmara dos Deputados, voltou a hipotecar apoio a Santos e fugiu das perguntas sobre a renúncia. “Ele passará por seu período de julgamento e vamos descobrir como será o resultado”, disse.
O clima entre os democratas é oposto. O 3.º Distrito Congressional de Nova York era um reduto do partido e uma nova eleição poderia reduzir a vantagem republicana na Câmara. O presidente dos EUA, Joe Biden, no entanto, preferiu não se meter em um assunto legislativo.
Ontem, Biden disse que cabe ao Congresso decidir o futuro do deputado. “Se eu comentar alguma coisa sobre Santos, vocês vão dizer que eu estou mandando a Justiça fazer as coisas. Não estou comentando nada sobre esse assunto.”
Entre as acusações apresentadas ontem, Santos teria desviado contribuições de campanhas para sua conta pessoal e usado para pagar dívidas e comprar roupas de luxo. Os promotores alegam que ele também fraudou o seguro-desemprego para receber US$ 24 mil (R$ 120 mil) durante a pandemia. Se condenado, ele pode pegar até 20 anos de prisão, segundo o Departamento de Justiça, embora analistas apostem em uma sentença mais curta. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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