O período de chuvas mais intensas começa a se aproximar no Rio Grande do Norte. Nele, além das águas pluviais, outros fenômenos costumam ser observados, como ventos fortes e descargas atmosféricas.
No mês de fevereiro, um dia em especial chamou a atenção de especialistas em ciências climáticas pela incidência de raios no RN. De acordo com a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern), no último dia 22 foram registrados 13.092 raios em nosso estado, sendo que 2.239 deles caíram só na cidade de Mossoró.
Com base nesses dados, a reportagem do NOVO procurou o Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para entender melhor o fenômeno e os potenciais riscos.
De acordo com o professor Weber Gonçalves, doutor em meteorologia, vivemos uma sequência de dias com alta possibilidade de chuvas no RN, e durante esse período, que vem desde o mês passado, alguns fenômenos realmente podem ser observados, como é o exemplo de uma queda de granizo que ocorreu em Caicó, cidade da região Seridó, no dia 6 de fevereiro.
No entanto, ele aponta que o RN, como em boa parte do Nordeste, não é região de alta incidência de atividade elétrica. “Quando se trata do Nordeste do Brasil, a concentração de relâmpagos é maior no Oeste, ou seja, Maranhão, parte da Bahia e Piauí”, diz o professor doutor Weber Gonçalves. Contudo, não estamos livres de ver relâmpagos cruzando os céus potiguares, conforme ele explica.
“A gente tem, na parte central do Rio Grande do Norte, bastante ocorrência de relâmpagos. Não como em outras cidades do país, como São Paulo, mas tem sim atividade elétrica por aqui”, explica Weber Gonçalves.
A alta quantidade de raios divulgada pela Cosern em fevereiro é um fenômeno incomum se compararmos com o histórico de dias anteriores, e até o do dia seguinte. O levantamento feito pela Companhia, que usa dados da plataforma Climatempo, aponta que até o dia 6 de fevereiro, 15.258 raios caíram em todo o território potiguar.
Na divulgação mais recente, ao somar os mais de 13 mil registrados no dia 22, o Rio Grande do Norte chegou a 88.185 descargas atmosféricas desde 1º de janeiro, o que significa que o aumento no mês de fevereiro foi considerável, saltando de pouco mais de 15 mil na primeira semana para quase 90 mil na terceira.
“Nos últimos dias, nós tivemos um sistema meteorológico se deslocando dentro do Nordeste do Brasil, que acontece há aproximadamente 13 quilômetros de altura, na troposfera, e influencia a chuva na superfície, conhecido como vórtice ciclônico de altos níveis (VCAN)”, explica Weber Gonçalves, que completa falando sobre a interferência desse fenômeno na região.
De acordo com o professor doutor em meteorologia Weber Gonçalves, o posicionamento do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) pode provocar tanto seca quanto chuva extrema. Se o fenômeno estiver localizado em uma região com alta umidade e temperatura elevada, é mais propício para a ocorrência de tempestades, que é o que tem sido registrado nos últimos dias.
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