Inadimplência dos consumidores é reflexo da alta inflação e queda do poder de compra

Em Natal, o número de inadimplentes de Natal cresceu 9,83% em dezembro de 2022, em relação a dezembro de 2021

por: NOVO Notícias

Publicado 23 de janeiro de 2023 às 18:30

Inadimplência dos consumidores é reflexo da alta inflação e queda do poder de compra – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O número de inadimplentes no país teve uma pequena queda em dezembro após meses de recorde de crescimento. Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (40,10%) estavam negativados em dezembro de 2022 – o equivalente a 65,06 milhões de pessoas. Mesmo com a queda em relação ao mês anterior, em dezembro de 2022 o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 8,79% em relação ao mesmo período de 2021.

O cenário da capital potiguar não difere da nacional. Em Natal, o número de inadimplentes de Natal cresceu 9,83% em dezembro de 2022, em relação a dezembro de 2021. O dado ficou acima da média da região Nordeste (7,17%) e acima da média nacional (8,79%).

De acordo com os dados do SPC Brasil, mulheres e homens da faixa etária de 30 a 39 anos são as que mais possuem dívidas em atraso em Natal. Em dezembro de 2022, cada consumidor negativado da cidade devia, em média, R$ 4.115,68 na soma de todas as dívidas.

Ao analisar os dados do SPC Brasil, o diretor financeiro da CDL Natal, André Macedo enfatizou que a redução das dívidas de dezembro referente a novembro de 2022 é reflexo do pagamento do décimo terceiro, quando parte da população aproveita para negociar dívidas e voltar a ter crédito no comércio. Quando compara dezembro de 2021 com dezembro de 2022 ele fala de aumento de dívidas e se diz preocupado.

“Precisamos analisar os dados com cuidado e sempre observando o cenário. A Pesquisa do SPC Brasil fala de um ano para o outro o número de pessoas endividadas em Natal cresceu 9,83%, no nosso entendimento, reflexo da alta inflação, e queda no poder de compra da população que viu mês a mês os rendimentos encolher quando comparado com o custo de vida. O momento é de cautela. População endividada representa retração na economia, e o primeiro setor a sentir isso é o comércio”, afirmou André Macedo.

Os dados ainda mostram que 29,26% dos consumidores da cidade tinham dívidas no valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,05% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000. O tempo médio de atraso dos devedores negativados de Natal é igual a 26,9 meses, sendo que 36,66% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos. E o setor com participação mais expressiva do número de dívidas foi o de Bancos, com 73,39% do total de dívidas.