O Rio Grande do Norte agora conta com um dos mais extensos centros de fomento à ciência do país, o Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo – PAX. Inaugurado nesta segunda-feira (26), o equipamento está instalado em uma área de 100 hectares com estrutura física de 15 mil m² de área construída, o que o torna um dos maiores entre os 55 parques deste tipo em operação no Brasil.
Localizado na zona Rural de Macaíba, logo após a Escola Agrícola de Jundiaí, em imóvel de propriedade da Universidade Federal do RN, o Parque tem o objetivo de fomentar áreas vitais para o desenvolvimento econômico potiguar, como energias renováveis, mineração, pesca, aquicultura, setor têxtil, turismo, fruticultura e serviços.
O prédio central vai abrigar centros de pesquisa e capacitação, auditórios, laboratórios multiuso, incubadoras tecnológicas e observatórios. Na área ao lado, ficam as sedes do Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Santos Dumont (ISD) e o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), que completam um grande complexo científico que vem sendo formado na região.
Voltado à promoção de polos de inovação e empreendedorismo, o Parque recebeu do Governo do RN, nesta primeira etapa, o montante de R$ 12,3 milhões em investimentos em obras físicas e aquisição de mobiliário. Os recursos estaduais foram viabilizados pelo Projeto Governo Cidadão – que opera empréstimo ao Banco Mundial.
“Aplicamos mais de R$ 12 milhões na primeira fase do PAX para trazer mais investimentos ao Estado e empregos, que é o que interessa ao nosso povo. Tenho a alegria do dever cumprido. Foi nosso governo que teve a determinação política de salvar o parque tecnológico, projeto de 2013 que estava inativo. Entregar o Pax ao RN, ao Nordeste e ao Brasil significa nossa fé no presente e futuro”, afirmou a governadora Fátima Bezerra.
Para o secretário de Estado da Infraestrutura e coordenador do Programa Governo Cidadão, Gustavo Coelho, “a implantação representa grande desafio que só foi possível pelo apoio do Governo do Estado e dos parceiros. Este espaço tem a nobre missão de tirar o foco científico do eixo Rio-São Paulo e fazer no Nordeste ciência de alto nível, reunindo governos, setor produtivo e a academia”.
O presidente do Conselho Administrativo do PAX, Ângela Paiva, afirmou que o local vai se destacar Brasil afora: “aqui o trabalho se dará fincado em uma hélice tripla, com entidades governamentais, do setor produtivo e de academias, todas dialogando com a sociedade para gerar emprego, renda e desenvolvimento para o Rio Grande do Norte”. Ela acrescentou que outro diferencial do PAX é a sua matriz de sustentabilidade, o que é notado já no seu terreno com áreas destinadas à preservação ambiental e em uma série de práticas ecologicamente responsáveis, que devem ser obedecidas pelas empresas que ali se instalarem.
Três áreas de grande relevância para o desenvolvimento do RN são prioritárias no PAX: Energia (renováveis, petróleo e gás); Saúde e Indústria 4.0. Estão em curso projetos e estudos elaborados pelo Governo do Estado para o setor de energias renováveis, como o Porto Indústria Verde – que vai oferecer infraestrutura para investimentos em produção de energia onshore e offshore e produção de hidrogênio e amônia verde.
Como o desenvolvimento econômico passa obrigatoriamente pela área da Saúde, a inovação neste setor foi contemplada no escopo do Parque. A última área, também estratégica para o desenvolvimento regional sustentável, é a Indústria 4.0, que trará benefícios diretos para vários segmentos potiguares, como os de cerâmica, mineração e turismo, consolidados no estado e com grande potencial de expansão, como afirma o diretor-presidente do PAX, Olavo Bueno, coordenador de desenvolvimento industrial da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDEC): “Investir em geração de energia é uma tendência mundial e temos no RN uma posição geográfica estratégica para tal, especialmente a eólica. O PAX será diferencial para o Nordeste”, afirmou.
Segundo Olavo Bueno, em janeiro de 2023 serão lançados os editais para atração de empresas, startups e incubadoras, com meta de ocupação de metade das salas neste primeiro ano de operação, e com a totalidade a ser atingida em 2025.
A parceria para viabilizar o Parque envolve o Governo do Estado, por meio do Projeto Governo Cidadão, SEDEC, Universidade Estadual do RN (UERN) e Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do RN (FAPERN), mais a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal do Semiárido (Ufersa), Instituto Santos Dumont (ISD), Sebrae, Sesi-RN, Instituto Federal do RN (IFRN), Centro de Tecnologias do Gás e Energia Renováveis (CTGAS-ER), Federação das Indústrias do RN (FIERN), Fecomércio, Senai. As Prefeituras de Natal, Macaíba, São Gonçalo e Parnamirim também estão envolvidas.
O prédio que abriga o PAX foi inicialmente projetado para ser uma escola de ensino infantil e médio, mas que nunca teve uso. Após negociação entre UFRN e Governo do Estado, a reforma, ampliação e aquisição de móveis foi acertada, com a dominialidade do terreno cedida pela Universidade ao Estado. Ao longo dos anos, o imóvel sofreu deterioração, o que foi reparado pelos serviços executados pelo Projeto Governo Cidadão. A reforma permitiu que os espaços ganhassem funcionalidade e possibilidade de multiuso.
O Parque presta homenagem ao macaibense que se tornou um dos pioneiros nos experimentos aeronáuticos no Brasil. Além de inventor, Augusto Severo de Albuquerque Maranhão foi político, mas registrou seu nome da história mundial em 1902 ao construir e fazer decolar o PAX, um dirigível, em Paris, capital francesa. Durante o voo, uma explosão derrubou o veículo e vitimou Severo, mas suas ideias marcaram o desenvolvimento da aviação nos anos seguintes.
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