Brasil

Papa Francisco diz que julgamento de Lula começou por causa de ‘fake news’

Pontífice declarou que notícias falsas criaram uma ‘atmosfera’ que favoreceu a prisão do petista

por: NOVO Notícias

Publicado 19 de dezembro de 2022 às 07:53

Papa Francisco durante a entrevista ao jornal espanhol ABC – Foto: Vatican News

Em entrevista publicada neste domingo (18) pelo jornal espanhol ABC, o papa Francisco afirmou que o processo que culminou na prisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou por causa de “notícias falsas”. O pontífice ainda declarou que a disseminação de fake news pode “destruir a vida de uma pessoa” e que o julgamento do líder petista “parece não ter sido adequado”.

“Começou com notícias falsas na mídia, que criaram uma atmosfera que favoreceu a colocação de Lula em um julgamento. (…) Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais que não tenham outro interesse a não ser fazer justiça”, disse o papa.

Lula foi preso em abril de 2018, condenado no âmbito da Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex de Guarujá. A condenação expedida pela força-tarefa foi mantida pelo TRF-4 e, posteriormente, pelo STJ.

Em 2019 ele foi alvo de outra condenação, dessa vez pelo caso do sítio de Atibaia. O petista foi acusado pelo Ministério Público de usar os imóveis para receber propina de empreiteiras, com reformas e benfeitorias personalizadas.

O presidente eleito ganhou liberdade após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucional a prisão após condenação em segunda instância, que era o caso de Lula. A Corte entendeu que um condenado tem o direito de aguardar em liberdade a decisão definitiva da Justiça até que estejam esgotados todos os recursos.

Lula tornou-se elegível após decisão do ministro Edson Fachin, do STF, que anulou as condenações por considerar que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar as denúncias de corrupção. Depois de apontar a incompetência da Vara, o STF também declarou suspeição do ex-juiz Sérgio Moro.

Com informações do Estadão.

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