Cotidiano

Engordamento de Ponta Negra será entregue em 2024

Obras para enrocamento e engorda da principal praia urbana de Natal serão retomadas ainda este mês

por: NOVO Notícias

Publicado 17 de outubro de 2022 às 16:00

Praia de Ponta Negra

Montante de areia a ser utilizado no aterramento de Ponta Negra deve chegar a 1,2 milhão de metros cúbicos – Foto: Carlos Azevedo/NOVO Notícias

O serviço de engorda da praia de Ponta Negra, que vai alargar a faixa de areia de um dos principais cartões-postais do Rio Grande do Norte, só pode ser iniciado de fato quando outras etapas forem vencidas, e uma delas deve começar nesta semana, com a instalação do canteiro de obras pela Edcon Construções LTDA, empresa responsável pela obra de proteção costeira, também conhecida como enrocamento, e que já solicitou autorização ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), que tem um prazo de três dias úteis para entregar a licença. Esse prazo, segundo o secretário de Infraestrutura de Natal, Carlson Gomes, vai até a terça-feira (18).

O serviço será feito em um trecho de 2 quilômetros e deve ter uma estrutura diferente da que existe no enrocamento já feito na praia.

“O enrocamento é a proteção Costeira que tem 2 km feito por pedra do Morro do Careca até o final do calçadão. E vamos fazer mais 2 km de onde terminou por pedra até depois do hotel Serhs, na Via Costeira, sendo que o que está de pedra vai ficar lá, e o novo vamos fazer de bloco”, diz o secretário Carlson Gomes explicando onde será a obra.

A engorda só poderá acontecer onde houver a proteção costeira, por isso a última obra poderia ser iniciada antes que a primeira fosse concluída, dado que já existe um trecho com o enrocamento feito. No entanto, existem outros passos importantes a serem superados.

O primeiro ponto é a realização de uma audiência pública para apresentação do projeto aos interessados na obra, especialmente a população.

A Secretaria já solicitou ao Idema a publicação de um edital convocando a população para o encontro, que deve acontecer na data prevista de 17 de novembro, às 9h, no Hotel Praiamar.

“O projeto da engorda, só não temos aprovado porque queremos apresentar à população para que, aprovado o projeto, nós possamos licitar a obra, porque os projetos que nós já temos”, explica o secretário da Infraestrutura de Natal.

O segundo obstáculo a ser superado para que os trâmites para início da obra avancem diz respeito ao sistema de drenagem da região próxima a praia de Ponta Negra.

“Aquela parte alta de Ponta Negra, na Avenida Roberto Freire, nós vamos modificar aquela drenagem ali para a água – das chuvas – não descer com velocidade, porque se isso acontecer e ela entrar na praia do jeito que é hoje, ela vai devolver a areia para o mar”.

O prefeito de Natal, Álvaro Dias, trata a obra como vital para o desenvolvimento da cidade.

“É uma obra fundamental, porque Natal é uma cidade que vive, sobrevive, avança e se desenvolve impulsionada pelo turismo. Não temos grandes empresas, não temos grandes indústrias, e a grande fonte geradora de emprego e renda é o turismo e 80% dessas atividades estão localizadas naquele bairro, naquela praia”, diz o prefeito.
Sem a obra para alargar a faixa de areia, a tendência é que a deterioração de equipamentos como o calçadão e edificações próximas a eles continue acontecendo e se asseverando.

“É uma constante, algumas vezes no ano a gente precisa reconstruir todo o calçadão ou grande parte dele que é destruído pelo avanço do mar. E o mar sendo recuado vai evitar e acabar definitivamente com esse problema”, completa Álvaro Dias.

Urbanização integrada da orla

O professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Venerando Amaro, explica o processo até a esperada engorda da praia. Ele conta que o processo deve envolver pelo menos três obras distintas, que podem ser vistas como interligadas com o intuito de promover o alargamento da faixa de areia da principal praia urbana de Natal.

“O que acompanho é que são três processos. Um é esse que foi autorizado, da contenção. É um primeiro trabalho que vai ser feito e que não é a engorda. Na verdade, eles estão interligados de algum modo porque são obras que visam alterar uma Zona Costeira”, explica Venerando Amaro.

A segunda parte é a readequação do sistema de drenagem, que deve ser previamente ou, no mínimo, concomitantemente ao processo de aterramento, ou engorda, da praia, que por sua vez será a terceira parte e finalização de todo o processo de três obras com o objetivo de aumentar a faixa de areia em Ponta Negra.

“Ponta Negra será outra”, afirma secretário

Apesar de estarmos ainda nos trâmites iniciais da primeira de três obras, a previsão é de que a praia de Ponta Negra que conhecemos hoje já não seja mais a mesma em pouco mais de dois anos. A faixa de areia de 100 metros com a maré seca e de 35 a 50 metros, a depender do ponto da praia, com a maré cheia.

O valor total do serviço gira em torno de R$ 90 milhões, sendo R$ 23 milhões só no enrocamento. “No verão de 2024, Ponta Negra será outra, não será mais ou menos”, diz o secretário Carlson Gomes.

A partir da finalização da engorda, o executivo municipal já tem pensadas outras intervenções na região. “Se pretende, já que a engorda tá lá no hotel Serhs, já fazer uma descida ali para um calçadão, uma ciclovia e ir até o morro”, explica.

O montante de areia a ser utilizado no aterramento deve chegar a 1,2 milhão de metros cúbicos, o que, segundo Carlson Gomes, equivale a uma Arena das Dunas cheia de areia sendo despejada na praia de Ponta Negra.

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