O presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou seus apoiadores a permanecerem perto das seções eleitorais no próximo dia 30 até sair o resultado do segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto. Durante discurso em Pelotas (RS), o chefe do Executivo também voltou a colocar em dúvida o número de votos recebidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno, sem apresentar provas ou indícios de irregularidades.
“No próximo dia 30, de verde e amarelo, vamos votar. E, mais do que isso, vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado. Tenho certeza que o resultado será aquele que todos nós esperamos, até porque o outro lado não consegue reunir ninguém”, declarou Bolsonaro, ao lado do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), que disputa o segundo turno da eleição para o governo do RS contra Eduardo Leite (PSDB). “Todos nós desconfiamos, como pode aquele cara (Lula) ter tantos votos se o povo não está ao lado mesmo?”, emendou o presidente.
Nos últimos dias, a pedido da campanha, Bolsonaro vinha evitando questionar de forma enfática as urnas, como fazia antes do primeiro turno. Aliados do candidato à reeleição avaliam que ficou mais complicado colocar em xeque o sistema eleitoral brasileiro depois da “onda” que elegeu diversos bolsonaristas para a Câmara e o Senado na primeira etapa da disputa. O PL, partido do presidente, terá a maior bancada nas duas Casas a partir do ano que vem.
Na última quarta-feira (5), contudo, em sua primeira transmissão ao vivo nas redes sociais no segundo turno, Bolsonaro falou em “problemas” na apuração dos votos. Ao duvidar da confiabilidade da apuração das urnas, sem apresentar provas, Bolsonaro fez uma comparação com a disputa entre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014.
“Tivemos apurações, alguns problemas apareceram, passei para frente esse problemas. Até o gráfico da evolução que foi feito aqui, levando-se em conta cada porcentual de voto que era computado, criou uma figura geográfica uniforme, bem típica de algoritmos, muito parecida com aquela do segundo turno de 2014”, disse o presidente, na ocasião.
“O Aécio Neves conseguiu maioria e aí ela foi numa paralela até o final. Cada vez que entrava um minuto de voto dava ora vitória de Aécio, ora vitória de Dilma. E assim foi, paralelo, até o final, e foi decidido o segundo turno em 2014. Agora, parece que, se tivesse mais cinco minutos aqui, mais 5%, o nosso oponente teria conseguido a eleição no primeiro turno”, emendou Bolsonaro.
Antes do primeiro turno, Bolsonaro dizia que ganharia a eleição em 2 de outubro com “no mínimo” 60% dos votos, o que não ocorreu O chefe do Executivo, contudo, evitou questionar o resultado no pronunciamento que fez, no Palácio da Alvorada, logo após a apuração do resultado. Na primeira etapa da corrida eleitoral, Lula obteve 48,43% dos votos válidos e Bolsonaro, 43,20%.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a defender a Justiça Eleitoral nesta terça-feira, 11, e reafirmou, por mais de uma vez, a confiança nas urnas eletrônicas. Para o senador, “o resultado das urnas será respeitado e o Congresso dará posse aos vencedores em 1º de janeiro (de 2023)”.
Pacheco tem se destacado como um defensor do sistema eletrônico de votação, que foi colocado em xeque ao longo do processo eleitoral deste ano. “O papel da presidência do Congresso, junto com o Tribunal Superior Eleitoral, a Justiça Eleitoral como um todo, o Supremo Tribunal Federal (STF), é de dar segurança à toda a sociedade, toda a população”.
O senador evitou se posicionar a favor de um dos presidenciáveis, falando sobre a importância de manter a institucionalidade: “Há um dia seguinte nas nossas eleições que vamos precisar estar prontos para fazer prevalecer a democracia”, disse.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também voltou a defender o sistema eleitoral brasileiro, em meio à possibilidade de Bolsonaro voltar a aumentar o discurso contra as urnas neste segundo turno. “Você nunca viu uma fala minha que questiona as urnas eletrônicas”, disse. “Eu fui eleito agora ao nono mandato, sete em urnas eletrônicas”, disse o presidente da Câmara. “Eu sempre defendi o sistema democrático, sempre defendi o sistema eleitoral, e sempre disse que o resultado eleitoral seria obedecido”, afirmou, durante entrevista ao UOL.
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