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Coluna Vinho e Gastronomia – por Rodrigo Lima – 10 de Outubro

por: NOVO Notícias

Publicado 10 de outubro de 2022 às 16:25

COLUNA VINHO E GASTRONOMIA – POR RODRIGO LIMA

VINHO FINO X VINHO DE MESA, VC SABE AS DIFERENÇAS?

 Vinho fino e vinho de mesa não são meros termos vagos. Mas, enfim o que significa um vinho ser fino ou um vinho ser de mesa? Os dois termos, vinho fino e vinho de mesa, são nomenclaturas oficiais que não podem ser usadas indiscriminadamente. Há regras que determinam o que é um e o que é outro e penalidades legais para quem não seguirem estas normas.

VINHO FINO

Produzido somente a partir de uvas Vitis vinifera. Estudos mostram que as primeiras videiras da espécie Vitis vinifera provavelmente nasceram no que hoje é a Geórgia. No aspecto visual o vinho fino é mais claro e límpido. A vivacidade dos tons do vinho produzido a partir da Vitis Vinifera é maior, as cores se destacam com brilho. Os aromas possuem maior complexidade, pois um dos principais agregadores de aromas para o vinho é a casca da uva. Nas Vitis viniferas ela é mais grossa e acumula maior quantidade de substâncias aromáticas, os sabores são mais delicados e variados. Mesma ideia dos aromas, com um maior número de substâncias há maior diversidade de sabores. Quanto ao processo de elaboração, no mesmo ele é mais rigoroso, seguindo normas e padrões de qualidade para produção de vinho fino, mais ainda quando dentro de denominação de origem, onde as regras são rígidas desde a plantação do vinhedo até a vinificação, passando pela colheita, o que garante um produto de qualidade na ponta.

VINHO DE MESA

 Produzido a partir de outras uvas, para o vinho de mesa podemos utilizar uvas de outras espécies que não a Vitis vinifera, aqui no Brasil a Vitis Labrusca é a mais utilizada. A coloração é mais opaca, pois o vinho feito por uvas não-viníferas possui tons com menor brilho e isso se deve ao fato destas uvas terem substâncias coloríficas mais rústicas e em menor quantidade quando comparado com a Vitis vinifera. Os aromas são rústicos, haja vista que as demais espécies de uva não possuem a casca tão grossa quanto a Vitis Vinifera, assim menos substâncias aromáticas são guardadas ali, gerando uma menor complexidade aromática. Os sabores são intensos, mas sem amplitude, pelo mesmo motivo listado em relação ao aroma, não há muitas substâncias para trazer amplitude de sabores. Quanto ao processo de elaboração ele admite outros produtos além de uvas, pois como não é regulamentado, o processo de vinificação aceita o que o produtor desejar.

VINHOS DE CORTE

 A maioria dos vinhos é feita de misturas de uvas. Mesmo algumas garrafas rotuladas como varietais também são, pois, as leis de rotulagem da maioria dos países permitem que, se cerca de 80% do vinho for de uma única variedade, isso basta para que o produtor possa estampar o nome da casta no rótulo como se fosse um “varietal”, mesmo que os outros 20% da bebida tenham sido feitos com outras cepas. E mesmo vinhos genuinamente varietais também podem ser blends. Essa ideia pode soar estranha para alguns, mas é algo bastante comum e histórico. Vamos lembrar que, na antiguidade, os produtores cultivavam diversas variedades e as misturavam para criar um vinho. Acontecia o que hoje convencionamos chamar de field blend, ou seja, a mistura do campo, em que uvas indistintas eram jogadas na prensa para gerarem um mosto. Mas também podemos lembrar que os blends, muitas vezes, não se resumem a variedades distintas sendo misturadas. Eles podem ser misturas de vinhos de safras diferentes. Essa é uma técnica bastante usada em Champagne, por exemplo, em que os produtores costumam guardar parte dos rendimentos de um ano para acrescentar no vinho dos anos seguintes, criando um blend cada vez mais homogêneo – que é uma das características mais marcantes dos espumantes daquela região, ou seja, determinam o estilo único de cada produtor. Assim, como visto, as possibilidades de blend não param por aí. Pode-se misturar uvas de diferentes safras, diferentes vinhedos, diferentes regiões… Enfim, de qualquer modo, o mais comum ao redor do planeta é vermos a junção de variedades diferentes para criar um único vinho de uma única safra. Certamente a região dos blends mais famosos é Bordeaux. Lá a mistura de variedades vem de uma tradição longínqua e foi sendo aperfeiçoada com o passar do tempo, inspirando produtores ao redor do mundo.

VINHO DA SEMANA

Brancaia Il Blu Rosso Toscana IGT 2018

 O vinho da semana é o Brancaia Il Blu Toscana IGT 2018, produzido pela renomada vinícola Italiana Brancaia, da região de Chianti. O vinho é o ícone do produtor, um grande super Toscano, resultado da constante busca do produtor pela perfeição. Il Blu é o vinho que colocou a Brancaia no mapa das vinícolas mais famosas da Toscana. Feito com uvas Sangiovese, Merlot e Cabernet Sauvignon colhidas à mão em vinhedos localizados na região de Chianti, ele demonstra compromisso com a qualidade por meio de goles aveludados e intensos. O vinho estagia por 18 meses em barricas de carvalho o que lhe confere mais complexidade. Um grande ícone. Importado pela Grand Cru – R$ 799,90