Coluna Made in RN – por Jean Valério – 3 de outubro

por: NOVO Notícias

Publicado 3 de outubro de 2022 às 16:25

COLUNA MADE IN RN – JEAN VALÉRIO

O NOVO CENÁRIO ELEITORAL E OS DESAFIOS DE GERIR O RN

Os resultados das eleições do Rio Grande do Norte traduzem uma nova configuração política no Estado. Apuradas as urnas, a governadora Fátima Bezerra (PT) consagra-se como maior liderança pública potiguar da atualidade. Obteve, pela segunda eleição consecutiva, mais de um milhão de votos dos eleitores norte-riograndenses. E isso não é pouco.

É importante lembrar que os últimos três governadores da história recente no Estado que tentaram se reeleger fracassaram na missão. Foi assim com Iberê Ferreira (PSB) e Robinson Faria (PSD). Fátima Bezerra quebrou este paradigma, vencendo com maioria absoluta no primeiro turno.

A eleição deste domingo também marcou a despedida definitiva dos políticos tradicionais Alves e Maia. Não conseguiram obter o mandato o ex-senador Garibaldi Alves (PMDB), o ex-deputado Henrique Alves (PSB) e o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT). O ex-senador José Agripino tentou, sem sucesso, eleger o candidato a governador Fabio Dantas indicando o seu vice Ivar Jr. (UB). Também naufragou.

O ex-ministro Rogério Marinho (PL) surge como a grande liderança de oposição à Fátima. Conquistou com louvor o mandato de senador, muito pelo mérito do que realizou. Contou com o cenário favorável de enfrentar uma oposição dividida entre dois candidatos de esquerda, Rafael Mota (PSB) e Carlos (PDT).

Outra leitura importante é a preponderância do bolsonarismo na bancada federal potiguar. Das 8 vagas disputadas, o PL do presidente Jair Bolsonaro levou 4. O PT obteve duas. Restando duas para o União Brasil, sendo Paulinho Freire e Benes Leocádio deputados federais eleitos como independentes, mas de perfis abertos ao diálogo.

A governadora Fátima Bezerra sabe que tem uma missão dura no segundo turno de atuar para ampliar, ou pelo menos manter, a maioria de votos de Lula (PT) sobre Bolsonaro. Mas não pode esquecer de que há, logo ali, um segundo mandato para gerir com 4 anos de necessidade de diálogo com a bancada federal e o planalto, seja quem for o presidente eleito.

Os dois maiores desafios de Fátima Bezerra na sua nova gestão serão de ampliar os investimentos em infraestrutura e desenvolver a qualidade da educação pública estadual.

Para conquistar este objetivo, é fundamental que a governadora tenha, além de liderança política, capacidade de transformar o diálogo em conquistas de recursos reais e apoio do Governo Federal.

Convém aguardar os próximos capítulos.

E que os vencedores coloquem a bandeira do Rio Grande do Norte sempre em primeiro lugar, independente de opções partidárias.