Política

Apesar da reeleição de Fátima, bolsonarismo ganha força no RN

Após as eleições deste domingo, a bancada federal do RN contará com quatro deputados federais e um senador do PL, sendo oito oposicionistas ao governo de Fátima em Brasília

por: NOVO Notícias

Publicado 3 de outubro de 2022 às 16:33

Rogério Marinho

Vitória de Rogério Marinho (PL) ao Senado vai fortalecer o bolsonarismo no Rio Grande do Norte – Foto: Dayvissom Melo/NOVO Notícias

Depois de garantir a reeleição, a governadora Fátima Bezerra (PT) garantiu que focará na disputa de segundo turno de Lula na corrida pela presidência da República. Contudo, essa não deve ser a última preocupação da professora. O pleito proporcional garantiu à oposição um destaque além do esperado, e de acordo com a configuração atual, mais de 70% da bancada federal do Rio Grande do Norte, é de oposição ao Governo do PT.  

A partir de 2023 serão seis deputados federais, sendo quatro do PL e dois do União Brasil, e dois senadores oposicionistas na bancada potiguar em Brasília. Ao lado do governo petista estarão apenas a senadora Zenaide Maia (PROS) e os deputados federais Natália Bonavides (PT) e Fernando Mineiro (PT).  

O fenômeno consolida a força do bolsonarismo no Rio Grande do Norte, o grande vencedor deste pleito segundo o cientista político Thiago Medeiros.  

“Quando olhamos para deputado federal, a esquerda só elege dois. A gente percebe que o voto tem muita desconexão do viés ideológico no sentido do que é o voto para governador e para presidente, se olharmos o voto para senador e proporcionais”, explica Thiago Medeiros que completa: “A esquerda conseguiu uma expressiva votação para Lula e para a governadora no Estado do RN, porém, teoricamente, entrega uma bancada oposicionista para deputado federal e entrega também um senador da oposição para o presidente Lula – caso vença o segundo turno”. 

O especialista mostra que os candidatos mais identificados com suas ideologias tiveram mais êxito que aqueles que ficaram neutros. “Aqueles candidatos de cargos proporcionais, que se posicionaram, tiveram suas posições muito convictas, para a direita ou para a esquerda, eles conseguiram lograr mais êxito do que aqueles candidatos moderados, que tendem mais a se ausentar de questões acaloradas”, diz.  

O também cientista político Daniel Menezes, credita o êxito da bancada próxima ao Governo Federal, a força do chamado orçamento secreto e a mudança do cálculo de votos para as nominatas.  

“Na formação da bancada, em um primeiro olhar, a força do orçamento secreto se fez sentir. Além disso, a bancada federal foi muito influenciada pela mudança do cálculo com que é feito o quociente eleitoral e distribuição das vagas por sobras.  

Ficou muito difícil para os partidos fazerem aquela quantidade para atingir, principalmente, o acesso à vaga das sobras. Esse para mim foi um ponto importante”, diz.  

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