Os amantes do futebol do RN já não aguentam mais ficar sem sofrer nas arquibancadas por ABC e América. Isso a gente já sabe. Não adianta questionar paixão. Amor não se explica e cada doido tem sua mania. Só que a pandemia, que começou parecendo algo que não duraria, foi se prolongando e mostrando ser o terror para qualquer tipo de evento. No Brasil, podemos resumir “evento” algo ligado a praticamente três coisas: futebol, um bom samba e aquela cervejinha. Normalmente a gente combina tudo isso num combo só e bingo, sucesso! Olha, não tá fácil para ninguém. A gente fica pra não viver sem isso tudo. Mas o que isso tem afetado as receitas dos nossos já precários clubes? Muito? Pouco? Depende do cenário?
Para ser sincero, os clubes praticamente não contam com as rendas dos jogos. Tirando finais de campeonato, clássicos ou partidas contra clubes de grande expressão nacional, os borderôs fazem vergonha.
Conversei com os responsáveis pelos programas de sócio de cada clube. Em números oficiais obtidos com os setores de marketing de ABC e América, a queda na quantidade de sócios-torcedores foi gigantesca. Claro que cada um tem sua particularidade e conjuntura que eu trarei aqui em postagens futuras (um busca a democracia, o outro parece querer se desfazer dela), mas agora focarei nos números “crus” tirando o lado político dos clubes (sim, os clubes têm suas questões políticas internas e isso afeta muita coisa).
Opções de planos voltados para o torcedor alvirrubro – Fonte: Site América
O América começou 2020 com 2900 sócios. Com a pandemia do novo coronavírus, esse número foi caindo drasticamente. Hoje o clube conta apenas com 414 sócios com planos vigentes. Outros 2729 sócios estão com seus planos vencidos (ou seja, não renovaram).
Plano arquibancada é o mais procurado pelo torcedor alvinegro – Fonte: Site ABC FC
Já o ABC* vive outro drama. Em 2020, segundo dados repassados pelo clube, eram 2113 sócios. Atualmente o alvinegro conta com 707 sócios-torcedores aptos (em dia).
Lembrando que sócios do América pagam somente via cartão de crédito e a receita chega ao clube de forma garantida. Já o ABC ainda conta com o pagamento em forma de boleto, o que não dá garantia de nada. Basta uma sequência negativa, mudança de humor ou aperto financeiro que o camarada deixa de pagar o boleto.
Mas diante de tudo isso, será mesmo que a pandemia do novo coronavírus é mesmo o calcanhar de Aquiles ou apenas escancarou o que já era deficitário?
A real é que os programas de sócio precisam evoluir muito para se tornar algo atraente. Profissionalizar, ver os cases de sucesso e tentar adaptar já é um bom começo. Só ficar chorando e jogar a responsabilidade para o torcedor, que já faz de tudo para seu clube do coração, já não tem mais graça. O Google é muito vasto e de fácil manuseio. Pesquisem os planos de sócios que deram e dão certo em outros centros. A palavra-chave é INOVAR! Aumentar o comércio virtual dos produtos oficiais, sorteios que dão acesso a privilégios e benefícios do clube, concursos entre torcedores e descontos para assinaturas anuais são algumas possibilidades.
*O ABC fará neste sábado (24/04) o lançamento do novo programa de sócio torcedor e claro, trarei mais detalhes aqui.
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