QUAL A DIFERENÇA DE UM VINHO DE 50 A 5 MIL REAIS
No Brasil o consumo e a venda de vinhos cresceram significativamente durante os últimos anos, mas algumas perguntas sempre estão presentes na mente dos consumidores: o preço do vinho está diretamente ligado à qualidade? Irei gostar, necessariamente de um vinho caro? O que separa um vinho de cinquenta e de cinco mil reais? Qualidade, status, percepção de gosto ou perspectiva de valorização? A valorização de peças artísticas ou da esfera do gosto individual é sempre ingrata. Nas artes plásticas, na música, no teatro, no cinema, na generalidade das expressões culturais. Pagar R$ 500,00 por um menu de degustação da autoria de um criativo chefe de cozinha pode ser tão descabido para alguns como adquirir um automóvel de R$ 500.000,00 para outros. Ora bolas, comida é comida e há bem mais barato, de boa qualidade e em doses mais substanciais; e um carro é um carro, basta ter bom motor e ser confiável. Usa-se e abusa-se da expressão “mercado do luxo”. A verdade é que ele existe. Há ricos, milionários e bilionários, há novos ricos, há excêntricos e há bons vivants, tal como há simplesmente quem goste de cometer alguns pecados, à medida das ocasiões e das possibilidades da carteira. O vinho não é exceção.
Consumidores mais experientes e curiosos da causa acharão aceitável pagar R$ 500,00 por um vinho ao qual reconhecem qualidades muito particulares, mas essa conta não poder ser feita de forma cartesiana. O mercado internacional do vinho alterou-se significativamente na última década. Um estudo da consultora Cult Wines, que focou na valorização de diferentes vinhos ao longo dos anos, começa a observar que os grandes investidores e colecionadores deixaram de focar nos clássicos de Bordeaux (Pétrus, Lafite), que chegaram a atingir preços surreais, para focarem em outras regiões, como a Borgonha. Obviamente, os produtores da Borgonha agradeceram, na medida em que os vinhos por eles produzidos passaram a ter maior reconhecimento, mais procura e valorização acrescida, ou seja, a Borgonha foi além do Domaine de La Romanée-Conti!
No entanto, observa a consultora, à medida que os preços da Borgonha subiram em demasia, os investidores passaram a olhar para outras denominações, como Champagne, Toscana ou Piemonte. O sobe e desce que lembra a Bolsa e que mexe, efetivamente, com os bolsos de nós amantes dos vinhos.
HARMONIZAÇÃO DE PRATOS TÍPICOS
Quando falamos em harmonizações logo somos induzidos a pensar no “casamento” dos vinhos com comidas típicas de determinados locais. Aliás, uma das regras do maridaje entre vinhos e outros alimentos é exatamente a questão do terroir. Uma massa italiana certamente cairá bem com um belo Chianti, por exemplo. Um boeuf bourguignon estará bem acompanhado de um Pinot da Borgonha. Um leitão da Bairrada pode tanto ser pareado com os típicos tintos locais feitos com Baga como com os espumantes também tradicionais na região. Ou seja, quase sempre há uma conformidade entre prato e vinho de um determinado local, isso, em partes, se deve ao desenvolvimento da cultura gastronômica de um povo, que no velho mundo, está intrinsicamente ligado aos hábitos de alimentação e cultivo. Mas e quando falamos de locais onde não há uma tradição tão enraizada de vinhos? No Brasil, por exemplo, onde o vinho faz parte da cultura de algumas poucas regiões, mais destacadamente no sul do país, nem sempre é fácil criar um vínculo entre uma comida e um vinho. Ainda assim, isso não quer dizer que não seja possível pensar em harmonizações para tornar a companhia de algumas receitas tradicionais mais aprazível. Assim, sugerimos a harmonização de vinhos com alguns pratos típicos da culinária brasileira: Feijoada – Lambrusco Tinto (de boa qualidade); Moqueca de peixe – Brancos Encorpados; Galinhada – Pinots do Novo Mundo; Baião de Dois – Tempranilho Espanhol.
VINHO DA SEMANA
PODERI DAL NESPOLI PINOT BIANCO DOGHERIA 2020
O vinho da semana é o excelente Pinot Bianco 2020 da Poderi Dal Nespoli, um exemplar muito bem elaborado por esta tradicional vinícola, feito com uvas provenientes da Emilia-Romagna. De visual límpido e cor amarelo palha, delicados aromas florais, que se confirmam no paladar, destaque para jasmim, flor de laranjeira e notas minerais. No paladar confirma o olfativo, sendo um vinho bastante equilibrado, com muito sabor e frescor. Final longo e elegante. Um vinho que possui atributos e merece ser provado por aqueles que gostam de brancos elegantes, frutados e com muito frescor! Importado pela Grand Cru – R$ 169,90
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