O jornalista e professor Rogério Christofoletti destaca, no livro “Ética no Jornalismo”, que um dos maiores desafios contemporâneos do leitor está no desenvolvimento da capacidade de selecionar o conteúdo a ser consumido.
Segundo ele, com a evolução das tecnologias da informação e da comunicação, a triagem da informação relevante e confiável deixou de ser um trabalho exclusivo da imprensa e passou a ser uma atividade individual que depende, entre outras coisas, de um olhar crítico e reflexivo, que precisa ser desenvolvido ao longo do tempo.
Mas não é só para o cidadão comum que o trabalho de separar o joio do trigo é desafiador. Mesmo para quem está acostumado a manipular um volume significativo de informações pode, também, deixar passar detalhes relevantes. E, não, isso não é algo incomum.
A quantidade de material informativo que circulam pelos endereços eletrônicos leva ao estabelecimento de um processo de seleção quase automático, sem, muitas vezes, uma análise mais cuidadosa a respeito do conteúdo recebido. Essa postura é resultado, entre outras coisas, da pressa para dar respostas imediatistas, em um mundo pautado por uma correria que beira a irracionalidade. Afinal, estamos correndo para quê, mesmo?
Um e-mail, por exemplo, falando sobre a programação de comemoração das três décadas do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT|RN) está no conjunto de materiais considerados frios e, portanto, sem tanta relevância para o cotidiano jornalístico. Porém, uma leitura mais cuidadosa do material revela que a primeira conferência do evento será do professor da Unicamp, Ricardo Antunes, uma das maiores autoridades no Brasil e do mundo em sociologia do trabalho.
Antunes é autor de livros como “O privilégio da servidão – O novo proletariado de serviços na era digital”, lançado em 2018, pela Boitempo, e que trata das transformações que resultam na precarização do trabalho e nas consequências desse processo para a saúde física e mental dos trabalhadores.
A palestra de Ricardo Antunes, bem como toda a programação que acontece nos dias 14 e 15 de junho, é gratuita e aberta ao público, e terá como tema “Justiça do Trabalho: De onde viemos, para onde iremos?”.
Conferências, palestras e painéis com temas ligados ao direito do trabalho, perspectivas, processos digitais e o futuro da Justiça do Trabalho integram a programação que, de maneira remota e presencial, é aberta ao público em geral, magistrados e servidores, que podem participar por meio de inscrição prévia (clique aqui).
“Quando se analisa o plano da subjetividade dos trabalhadores, especialmente entre os terceirizados, percebe-se uma condição de isolamento, de fatal de vínculos ou se inserção, em que a perspectiva de identidade coletiva se enfraquece, resultante da descartabilidade, da desvalorização e da discriminação a que estão submetidos, o que dificulta a solidariedade de classe.” Ricardo Antunes | O privilégio da servidão
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