De acordo com os médicos que fizeram o procedimento, a adolescente estava em estado de coma quando a cirurgia, de 6 horas de duração, teve início. A paciente deu entrada no hospital em estado grave e, pelos sintomas apresentados, ficou claro para eles que se tratava de uma doença no fígado. A adolescente apresentava vômito, icterícia e urina escura.
Os médicos afirmaram que vão continuar investigando os sintomas para tentar identificar a causa da doença. Antes de chegar ao Oswaldo Cruz, a jovem já havia passado por outras duas unidades de saúde: um hospital em Arcoverde (sertão do Estado) e o Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, no agreste pernambucano.
Durante a entrevista coletiva, realizada após a finalização da cirurgia, o médico Cláudio Lacerda, um dos especialistas responsáveis pelo procedimento, afirmou que “o quadro clínico da adolescente teve início na semana passada, evoluindo para um caso de insuficiência hepática, considerada fulminante, o que levou ao coma. Nesses casos, a solução é um transplante de fígado, sob pena do paciente não sobreviver muitos dias” se o procedimento não for realizado.
“No caso desta adolescente, todos os exames foram realizados e não houve a identificação da causa da doença. Por isso, o diagnóstico dela seria de hepatite, em sua causa mais desconhecida.”
Para a realização de um transplante de fígado, alguns critérios são levados em consideração: o tamanho do órgão, o grupo sanguíneo e o grau de gravidade do paciente. A adolescente pernambucana apresentava o grau mais elevado da doença.
O doador do fígado sofreu morte cerebral por traumatismo craniano, após um acidente no Paraná. A família do homem de 30 anos autorizou a doação do órgão na madrugada desta sexta-feira e a equipe médica local realizou a captação do órgão às 2 horas da madrugada. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) realizou o transporte do fígado para o Recife e, às 9h, a cirurgia da adolescente teve início.
Cerca de 20 médicos especialistas estiveram envolvidos no procedimento cirúrgico para salvar a vida da adolescente. O médico Américo Gusmão relatou que, durante as próximas 48 horas, a menina deverá ficar em observação. Após este período, ela deverá ser encaminhada para um dos quartos da unidade hospitalar
“Tudo depende da evolução do quadro. Se tudo correr bem, que é o que se espera, no máximo em 72 horas a adolescente vai para um quarto hospitalar.” Segundo Américo Gusmão, após uma semana do procedimento deverá ser iniciado o uso dos medicamentos para evitar a rejeição ao órgão.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Pernambuco afirmou que o Ministério da Saúde foi notificado sobre este possível caso de hepatite misteriosa no Estado. Com o caso da adolescente, já são seis o número de notificações suspeitas da doença em Pernambuco. Destes, um caso já foi descartado e cinco seguem sendo investigados.
Até o momento, 70 casos suspeitos de hepatite misteriosa foram notificados em todo País ao Ministério da Saúde, sendo que 12 casos já foram descartados e 58 ainda estão em fase de investigação. Nenhum caso foi confirmado oficialmente pelo órgão federal.
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