Por Renato Guerra, Professor, Mestre em Direito (UFRN) e Advogado do Carvalho, Costa, Guerra & Damasceno Advocacia (renatoguerra@ccgd.adv.br)
2022 se anunciava como um tempo de recomeço: estaríamos deixando para trás a pandemia, superando as dificuldades com um esforço conjunto de recuperação da economia e da vivência em comunidade. Mas fomos surpreendidos com o início de uma incursão militar bem longe daqui, a mais de 10.000km de distância. A propósito, essa semana foi marcada por outro possível anúncio: a Rússia estaria prestes a declarar, oficialmente, guerra contra a Ucrânia. Mas afinal, o que temos a ver com essa situação? Como a guerra nos afeta? Na verdade, os efeitos desse conflito chegaram e vão continuar chegando a todos os cantos do mundo. Isso porque há muito tempo assumimos como regra a multilateralidade nas relações internacionais e nenhum país está totalmente isolado (nem mesmo a Coreia do Norte): se estamos todos conectados pela globalização, a guerra no leste europeu nos afeta sim.
O Brasil, por exemplo, possui negócios diretos com a Ucrânia, como a importação de medicamentos e exportação de açúcar, e também com a Rússia, de quem importamos fertilizantes e para quem exportamos soja. Mas não é só, pois mantemos negócios diretos com países da região; noutras palavras, se a Europa sofrer com a redução da oferta de gás natural (um dos itens exportados pela Rússia), a mudança na matriz energética daquele continente implicará em novas formatações econômicas também para o Brasil. Ora, se o nosso petróleo tem por base de preço o valor internacional do barril, é esperado que o combustível que produzimos e consumimos aqui mesmo também subirá de preço, como já vem acontecendo. Outro exemplo de impacto já sofrido é o aumento no preço dos fertilizantes, que importamos da Rússia e que abastecem a produção agrícola, responsável pelos melhores desempenhos em exportação. Portanto, fiquemos atentos à guerra, ainda que nela não lutemos em campo.
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