Instalação de artista potiguar será exposta na Bienal Internacional de Arquitetura em SP

“Pilares Vivos”, de Jéssica Bittencourt, fotógrafa e professora do Departamento de Artes da UFRN, reproduz ambiente onde vivem pessoas nos pilares da ponte Newton Navarro

por: NOVO Notícias

Publicado 2 de maio de 2022 às 17:00

Jéssica Bittencourt é a primeira potiguar a expor na bienal – Foto: Cedida

A recomendação de ficar em casa durante os dias mais perigosos da pandemia da covid salvou a vida de muita gente, mas também foi cruel para uma parcela da sociedade que não tem um lugar onde morar, sendo sujeito a condições precárias – como embaixo da ponte. Os dias de isolamento social só agravaram essa situação e acentuaram a desigualdade. A instalação “Pilares Vivos”, da fotógrafa, arquiteta e professora do Departamento de Artes da UFRN, Jéssica Bittencourt, denuncia essa situação e foi selecionada para a 13ª Bienal Internacional de Arquitetura, que acontece de 27 de maio a 17 de julho, em São Paulo.

Jéssica é a primeira potiguar a participar da Bienal Internacional de Arquitetura. Sua instalação ficou entre os 23 projetos selecionados entre os quase 300 inscritos na cahamada aberta de trablahos Produções Insurgentes. O tema deste ano é “Desilguadade Sócio-Espacial”.

Inicialmente em forma de exposição, lançada em 2019 no Sesc Cidade Alta, “Pilares Vivos” foi amadurecendo e sendo revisada ao longo do tempo, segundo Jéssica Bittencourt. “No Enanpur (Encontro Nacional de Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional) mudou mais ainda, incorporando a atmosfera do pilar. Na Bienal, vou tentar trazer a verticalidade, trazendo a altura do ambiente. A obra saiu da fotografia e virou uma instalação-denúncia, algo mais sensorial”, comenta Jéssica, que é professora do curso de Artes Visuais do Departamento dr Artes da UFRN.

A instalação

Proporções da instalação são as mesmas da base da ponte – Foto: Cedida

A instalação “Pilares Vivos” tenta reproduzir o espaço de um pilar da ponte Newton Navaro, em Natal, que serve de moradia para pessoas em situação de rua. Escuro, quente e sem nenhuma estrutura para servir de abrigo, o local é levado aos visitantes, que são convidados a entrar. Com uma lanterna na mão, eles vão explorando o espaço da maneira que preferirem, e se de param com fotografias do espaço real e alguns de seus habitantes. Sim, quem atravessa a ponte não sabe que tem gente vivendo em sua estrutura.

A reprodução do espaço é em MDF e com as mesmas dimensões do pilar da ponte Newton Navarro – 3,0 m x 3,0 m por 5,0 m de altura. A s paredes são pintadas de cinza escuro para se aproximar ainda mais do ambiente.

Dentro do cubo, é possível também ouvir o som original da vida dentro do pilar. Um sistema de áudio reproduz as entrevistas feitas por Jéssica Bittencourt com os moradores do local e os ruídos ambientes.

Os interessados em conhecer mais o trabalho da artista podem acessar suas redes: @bittencourt_jb e @gaia.arquitetura.