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Potiguares diagnosticados com câncer ganham exposição fotográfica em Natal

Projeto “Veja-me ColoRIR” busca sensibilizar a sociedade para questões que vão além do processo de adoecimento. Exposição acontece de forma itinerante durante todo o mês de maio

por: NOVO Notícias

Publicado 28 de abril de 2022 às 12:45

Polimare Santos recebeu o diagnóstico de câncer de estômago em outubro de 2019 – Foto: Humberto Lopes

Um processo de adoecimento gera mudanças significativas e estruturais na vida de um indivíduo, principalmente após o diagnóstico do câncer. Por isso, a assistência psicológica e emocional se torna imprescindível no processo de tratamento junto ao paciente, aos familiares/acompanhantes, aos profissionais e à comunidade.

Com o objetivo de apresentar através da fotografia o paciente oncológico, para além do adoecimento, reproduzindo a história de vida de cada um, o serviço de Psicologia da Associação Onco e Vida iniciou o projeto “Veja-me ColoRIR” – uma exposição fotográfica que tem como meta enfatizar que há vida além do câncer e que, por trás de cada paciente, há uma história, algumas vezes, de abandono, de falta de apoio, de medo e incertezas, mas, sobretudo, existe muita ressignificação e superação.

Polimare Santos tem 36 anos e recebeu o diagnóstico de câncer de estômago em outubro de 2019. “Foi um choque, mas quando a gente tem fé é superado. Só chorei no primeiro dia, através da minha fé eu transformei aquele sofrimento em alegria. Eu não queria mais chorar, daqui pra frente seria só alegria”, contou.

Sobre as fotos, Polimare definiu o momento em uma palavra: superação. “Foi um momento único e muito prazeroso para nós, que passamos por todo esse processo”, revelou.

As fotos, realizadas por Humberto Lopes, foram feitas com pacientes que estão em tratamento, bem como pacientes em remissão – quando não há mais evidências da doença no organismo.

A exposição vai acontecer de forma itinerante, em três shoppings localizados na zona Sul de Natal, durante todo o mês de maio. Do dia 2 ao dia 11, as fotografias estarão expostas no shopping Cidade Jardim. Do dia 12 ao dia 19, no Natal Shopping. E do dia 20 ao dia 31, será a vez do Praia Shopping.

Veja-me ColoRIR

De acordo com a equipe de psicologia da Onco e Vida, o nome “Veja-me ColoRIR” foi escolhido com uma finalidade específica: assim como as cores têm várias nuances, cada assistido tem sua própria história e forma de lidar com todo o processo de tratamento. Além disso, o rir tem a função de representar o quanto os pacientes trazem cores e risos diante todo o processo.

Outro ponto levado em consideração foi mostrar todas as faixas etárias, homens e mulheres, bem como os diversos tipos de câncer e não só o assistido em tratamento, mas também, os que estão em remissão, cuidados paliativos e/ou processo ativo de tratamento.

Onco e Vida

A Associação Onco e Vida é uma entidade sem fins lucrativos que oferece assistência a adultos e idosos em situação de vulnerabilidade sócio econômica e diagnosticados com câncer de todo o Rio Grande do Norte.

A entidade, mantida apenas por doações da sociedade, tem como missão prestar assistência durante e após o tratamento oncológico, proporcionando serviços que contribuam para a promoção das condições necessárias de enfrentamento da doença, com qualidade de vida, dignidade e cidadania. As ações desenvolvidas visam alcançar a cura e/ou a melhor qualidade de vida física e emocional dos pacientes, até mesmo quando fora de possibilidades terapêuticas, além de estimular a participação de familiares nesse processo.

Aos assistidos, é oferecido serviço social, fisioterapia, nutrição, psicologia, assessoria jurídica, odontologia, alfabetização, dança, yoga, oficinas de artesanato, albergue diurno com café da manhã, almoço e lanche, além da concessão de benefícios diversos (medicamentos, suplementos, cesta básica, exames, consultas médica, material médico hospitalar, entre outras demandas que se apresentam no decorrer do tratamento oncológico).

O serviço de psicologia da Onco e Vida tem como principal objetivo acolher os pacientes e acompanhantes de forma total, tendo em vista, a realidade particular de casas de apoio, onde os assistidos e acompanhantes chegam não apenas com queixas relacionadas ao câncer, mas, para além do diagnóstico; as demandas familiares, conjugais, sociais e afetivas.

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