Cotidiano

Aumento de 24,9% no óleo diesel prejudica atividade dos caminhoneiros

Petrobras reajustou preços na última sexta-feira, e em Natal, a gasolina para o consumidor final está sendo vendida em média a R$ 7,99 o litro, já o óleo diesel custa R$ 6,99

por: NOVO Notícias

Publicado 14 de março de 2022 às 16:00

Pátio de caminhoneiros

Novo aumento dos combustíveis pode fazer muitos profissionais pararem as atividades por não terem condições de seguir rodadando -Foto: Cedida

A Petrobras reajustou mais uma vez, na última sexta-feira (11), o preço dos combustíveis em todo o país, o que atinge todos os brasileiros, de forma direta ou indireta, sendo que para algumas categorias, o impacto é ainda mais contundente, como no caso dos caminhoneiros.

O aumento dessa vez foi de 24,9% para o diesel e 18,7% para a gasolina. O Gás Liquefeito de Petróleo, o GLP, também conhecido gás de cozinha, é outra fonte de energia que sofreu majoração no preço, subindo 16,1%. Todo esse aumento é justificado pela estatal como uma medida para reduzir a defasagem do preço em relação aos valores praticados no mercado internacional, que já beirava os 50%.

Os combustíveis – gasolina e diesel – já estavam há 57 dias sem passar por um reajuste. Já o GLP não sofreu aumento no preço durante 152 dias, ou seja, pouco mais de cinco meses. Os valores reajustados dizem respeito ao repasse dos combustíveis da Petrobras para as distribuidoras. O preço médio da gasolina passa de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, impactando diretamente no valor da bomba que chega ao consumidor final. No caso do diesel, os valores saltaram de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro.

Isso sem incluir os impostos e o percentual dos postos de combustíveis. Em Natal, a gasolina para o consumidor final está sendo vendida em média a R$ 7,99 o litro, já o óleo diesel custa R$ 6,99. No Rio Grande do Norte, o ICMS da gasolina foi congelado e está sendo cobrado sobre o preço de R$6,65 na bomba.

Uma das categorias que mais sofre com a alta dos combustíveis é a dos caminhoneiros. Eles utilizam o óleo diesel, que teve maior aumento na última sexta-feira – 24,9% -, para trafegar pelo Brasil e desde o ano passado têm enfrentado dificuldades para se manter em atividade por causa dos sucessivos aumentos do combustível.

Eufrásio Oliveira, 65 anos, está há 42 nas estradas do Brasil, e contou ao NOVO como as constantes altas do combustível estão impactando a sua atividade profissional e de dezenas de colegas. Ele fala que ainda no ano passado, até o mês de outubro, era possível fazer uma viagem de ida e volta de Natal até São Paulo gastando cerca de R$ 13 mil de combustível. A partir de novembro, os custos com o diesel para fazer o mesmo trajeto subiram e atualmente a despesa chega aos R$ 18 mil. Isso sem incluir outros custos da viagem, como por exemplo o pedágio, que segundo Eufrásio, gira em torno de R$ 1 mil. A distância percorrida entre a capital potiguar e São Paulo é de aproximadamente 6 mil quilômetros, três de ida e três de volta.

“Não é nenhum absurdo dizer que nós caminhoneiros autônomos estamos sendo enterrados vivos, sobrevivendo com o que nos resta de esperança. Quem tem financiamento de veículo, por exemplo, vai ser obrigado a parar de viajar, já que pagar parcelamento ficou completamente inviável. Os colegas que estão parados na estrada nesses últimos dias, não têm condições de rodar”, diz Eufrásio Oliveira, que garante não haver greve ainda, mas uma parada dos profissionais por falta de condições.

Lindoval Júnior, caminhoneiro há nove anos, é motorista contratado em uma empresa potiguar. Ele também lamenta a atual situação enfrentada pela categoria e pede providências quanto aos frequentes aumentos do diesel.

“No meu caso a preocupação é também com a manutenção do meu emprego. Estamos parados na Bahia por falta de condições financeiras para abastecer. Se nada for feito para reduzir o valor do diesel, o sistema vai colapsar, as empresas vão ter que reduzir a frota ou até mesmo fechar e milhares de motoristas ficarão desempregados”, diz Lindoval.

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