Nesta quarta-feira (23), 85 pacientes estavam internados em leitos de UTI em todo o estado, sendo que pelo menos 177 leitos estavam considerados operacionais, o que retrata um cenário de tranquilidade
Publicado 25 de fevereiro de 2022 às 10:00
Na véspera de mais um carnaval em meio à pandemia da covid-19, doença causada pela infecção do novo coronavírus, o Rio Grande do Norte vive um momento de considerável melhora nos índices de ocupação de leitos críticos e clínicos destinados à pacientes da doença.
Ao considerarmos apenas os leitos de UTI, nesta quarta-feira (23), em todo o estado haviam 85 pacientes internados, sendo que pelo menos 177 leitos estavam considerados operacionais, o que retrata um cenário de tranquilidade se levarmos em consideração a alta apresentada no mês de janeiro, que perdurou até meados deste mês de fevereiro, quando a média de ocupação subiu, e os hospitais do RN chegaram a registrar 143 leitos críticos ocupados, em 163 operacionais, no último dia 12.
A situação se apresenta ainda mais tranquila se olharmos, como comparativo, os números de todo o período pandêmico, e nos depararmos com os dados do dia 31 de maio de 2021, época mais crítica em número de internações, quando foram registrados 404 leitos críticos ocupados.
A melhora dos índices, que se apresenta não só no Rio Grande do Norte, já leva autoridades a falar em reclassificação do momento em que vivemos. Técnicos do Ministério da Saúde começaram a falar, nas últimas semanas, em rebaixar a pandemia para uma endemia. A discussão deve ganhar mais espaço nos corredores do Ministério da Saúde após as festividades carnavalescas.
Contudo, a situação não é tão simples de ter uma nova categorização, segundo o médico epidemiologista Ion de Andrade, pesquisador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN). Ele conta que a mudança no status de uma pandemia não pode ser feita por autoridades locais, mas deve ser concretizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Doutor Ion de Andrade explica que a endemia se dá quando a doença acontece em níveis previsíveis. Ele cita como exemplo os casos de dengue em Natal, que todos os anos são registrados em Natal, e que por vezes acontecem em uma escala previsível pelas autoridades sanitárias, o que a faz ser considerada uma endemia, e não uma epidemia, ou pandemia, que acontece quando a doença toma proporções mundiais.
“A covid passará a ser uma endemia quando ela deixar de ser uma doença que acontece em número explosivos e quando a gente puder prever uma média de casos previsível e esperado por ano”, diz o médico epidemiologista Ion de Andrade.
Para ele, o cenário que possibilitará a reclassificação da doença ainda está distante de ser alcançado. “Estamos ainda longe disso. No Brasil estamos girando em torno de 100 mil novos casos por dia, o que não é pouco. Portanto, apesar de ela ter diminuído tanto do ponto de vista da gravidade, ela não é uma página virada enquanto doença. Mesmo havendo a redução de casos de óbitos e internamentos, ela continua sendo uma doença que precisa ser tratada com cuidado, porque tem preocupações que precisam de mais atenção, como as doenças cardiovasculares, casos de AVC, de infarto, a própria covid longa que produz um quadro de inaptidão física para muitas coisas”, fala o pesquisador.
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