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Coluna Thaisa Galvão – 21 de fevereiro

por: NOVO Notícias

Publicado 21 de fevereiro de 2022 às 15:00

COLUNA THAISA GALVÃO

REPRISANDO

O poder adquirido em Brasília pelos ministros Fábio Faria, das Comunicações, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, dizem pouco sobre o futuro político dos dois. Traduzindo: não quer dizer nada. Quem se lembra do poder que tiveram o ex-senador Garibaldi Filho e o ex-deputado Henrique Alves?

Garibaldi foi presidente do Senado, foi ministro; Henrique presidente da Câmara, assumiu com muita pompa, circunstância e festa no Planalto, a presidência da República, foi ministro…

No final das contas, a conta alta em Brasília ficou no negativo por aqui e os dois terminaram derrotados nas urnas.

Fica a pergunta: comparando com os tempos de hoje, quem, entre Fábio e Rogério, seria o Henrique e quem seria o Garibaldi?

REELEIÇÃO

E a pergunta que não quer calar: sem ser candidato a senador, para onde vai o ministro Fábio Faria? Deverá substituir o pai, ex-governador Robinson Faria, na disputa por uma vaga na Câmara. Fábio jamais irá se encaixar em um cargo no SBT como cogitado. É que ele não precisa de um cargo onde já tem o crachá de dono.

VERGONHA

Vai ser feio para o ministro Rogério Marinho perder a eleição de senador para o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves.

Rogério vem rodando o Brasil com milhares de obras e chegou ao Rio Grande do Norte trazendo as águas do rio São Francisco, sonho antigo dos potiguares, independente de quem começou o projeto, e independente também de quem vai terminar, porque as águas reservadas para o RN só começaram a chegar. Carlos estava em casa, caminhando na praia e postando fotos no instagram.

TENHO DITO

Foram pesquisas que apontavam que só Carlos Eduardo Alves poderia atrapalhar a reeleição mais tranquila da governadora Fátima Bezerra que fizeram o PT se apaixonar pelo ex-prefeito de Natal. Apesar de considerado ‘jogado fora’ pela oposição, Carlos poderia voltar a ser o queridinho dos bolsonaristas na tentativa de derrotar Fátima, e foi isso que flechou o coração da governadora.

Agora vale registrar: nenhuma das pesquisas avaliadas foi feita pelo PT. Todas foram feitas, mais por interesse de Carlos do que de Fátima.

ALVO

Outro ponto que fez o PT optar por Carlos Eduardo Alves como seu candidato a senador: o desejo de tirar do cenário o ministro Rogério Marinho. O relator da reforma trabalhista e responsável pela reforma da Previdência é o alvo número 1 do Partido dos Trabalhadores. Vai ser isso que vai fazer a governadora Fátima Bezerra botar Carlos Eduardo no colo e pedir voto com força pra ele.

TREVO DE 4 FOLHAS

Quando o PT diz em relação a Carlos Eduardo Alves, “sempre foi forte”, é preciso corrigir e dizer que “sempre foi sorte”. Sorte por existirem mulheres na vida do ex-prefeito de Natal que construíram sua história política.

Primeiro Wilma Maria de Faria que lhe deu de mãos beijadas, 2 anos de gestão como prefeito de Natal, quando renunciou ao cargo que ocupava pela terceira vez para disputar o Governo do RN.

Depois, por ter, como governadora forte, botado a cria debaixo do braço e garantido a reeleição para o segundo mandato de prefeito. Ao lado de Wilma, a jornalista Micarla de Sousa, à época com popularidade em alta, tanto que em seguida foi eleita prefeita em primeiro turno, enquanto Carlos, com a caneta na mão e Lula em cima do palanque, não conseguiu fazer de Fátima Bezerra sua sucessora.

PODEROSA É ELA

As mulheres responsáveis pelos mandatos de Carlos Eduardo viraram vítimas. Alvos de sua ira por não aceitar que a fortaleza não vinha dele. Abandonou Wilma, enxotou Micarla…derrotou Fátima.

Por entender que sem elas – as mulheres – não iria a lugar nenhum, resgatou Wilma para ser sua vice, e só assim voltar à Prefeitura de Natal, numa eleição onde Micarla já não tinha chance de disputa. Se elegeu e mais uma vez empurrou Wilma para onde ela não lhe fizesse sombra.

A ex-deputada federal, ex-prefeita da capital por 3 vezes e ex-governadora por dois mandatos, quase não se elege vereadora, mesmo sendo Carlos, sua criatura, o prefeito da capital.

Pela primeira vez sem as mulheres segurando na sua mão, se reelegeu em primeiro turno e jurou por Deus com os pés juntinhos que, finalmente, era forte: renunciou, ficou sem mandato, se candidatou a governador…e perdeu. Para uma mulher. Não era forte. Era sorte.

FUTURO ÓBVIO

A governadora Fátima Bezerra já impôs a Carlos Eduardo Alves duas derrotas: a primeira, quando ela própria foi derrotada para a Prefeitura de Natal, provando que ele prefeito não teve força nenhuma para elegê-la. E a segunda em 2018, quando ele perdeu o governo.

Agora Carlos mais uma vez conta com a sorte. Será ressuscitado pela governadora Fátima Bezerra. Poderá ser eleito, sim, mas jamais tirará da cabeça que mais uma mulher lhe deu a mão, e que ela foi a mesminha que lhe impôs duas grandes derrotas.

Fátima tem tudo para ser a próxima Wilma, a próxima Micarla.

Lembrando que as pesquisas que a fizeram escolhê-lo como seu senador, não foram feitas por ela nem pelo PT. Parte do plano que está só começando.

PRESENTÃO

A ex-governadora Wilma de Faria morreu como a política com mais mandatos juntos de governadora e prefeita de Natal. Foram 3 no executivo municipal e 2 no estadual.

Botando Carlos Eduardo Alves no colo, a governadora Fátima Bezerra está oferecendo ao ex-prefeito de Natal, a oportunidade de ultrapassar Wilma. Carlos já tem 4 mandatos de prefeito (dois de 4 anos e dois de 2 anos), tem tudo para ser senador e em seguida governador, podendo repetir o mandato.

Mais uma vez salvo…por uma mulher, a quem deverá virar as costas.

Pela lógica de sua história, apenas.

CURTAS e compartilhe

Alerta para quem tem carro com placas terminadas em 1 e 2: as taxas de licenciamento e dos bombeiros já estão vencidas desde os dias 10 e 11.

“Bebiano, então homem de confiança do presidente, me confidenciou que estava em marcha uma iniciativa que poderia acabar com a OAB, casa do comunismo para Bolsonaro”.

Felipe Santa Cruz, ex-presidente da OAB, à Veja