REPRISANDO
O poder adquirido em Brasília pelos ministros Fábio Faria, das Comunicações, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, dizem pouco sobre o futuro político dos dois. Traduzindo: não quer dizer nada. Quem se lembra do poder que tiveram o ex-senador Garibaldi Filho e o ex-deputado Henrique Alves?
Garibaldi foi presidente do Senado, foi ministro; Henrique presidente da Câmara, assumiu com muita pompa, circunstância e festa no Planalto, a presidência da República, foi ministro…
No final das contas, a conta alta em Brasília ficou no negativo por aqui e os dois terminaram derrotados nas urnas.
Fica a pergunta: comparando com os tempos de hoje, quem, entre Fábio e Rogério, seria o Henrique e quem seria o Garibaldi?
REELEIÇÃO
E a pergunta que não quer calar: sem ser candidato a senador, para onde vai o ministro Fábio Faria? Deverá substituir o pai, ex-governador Robinson Faria, na disputa por uma vaga na Câmara. Fábio jamais irá se encaixar em um cargo no SBT como cogitado. É que ele não precisa de um cargo onde já tem o crachá de dono.
VERGONHA
Vai ser feio para o ministro Rogério Marinho perder a eleição de senador para o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves.
Rogério vem rodando o Brasil com milhares de obras e chegou ao Rio Grande do Norte trazendo as águas do rio São Francisco, sonho antigo dos potiguares, independente de quem começou o projeto, e independente também de quem vai terminar, porque as águas reservadas para o RN só começaram a chegar. Carlos estava em casa, caminhando na praia e postando fotos no instagram.
TENHO DITO
Foram pesquisas que apontavam que só Carlos Eduardo Alves poderia atrapalhar a reeleição mais tranquila da governadora Fátima Bezerra que fizeram o PT se apaixonar pelo ex-prefeito de Natal. Apesar de considerado ‘jogado fora’ pela oposição, Carlos poderia voltar a ser o queridinho dos bolsonaristas na tentativa de derrotar Fátima, e foi isso que flechou o coração da governadora.
Agora vale registrar: nenhuma das pesquisas avaliadas foi feita pelo PT. Todas foram feitas, mais por interesse de Carlos do que de Fátima.
ALVO
Outro ponto que fez o PT optar por Carlos Eduardo Alves como seu candidato a senador: o desejo de tirar do cenário o ministro Rogério Marinho. O relator da reforma trabalhista e responsável pela reforma da Previdência é o alvo número 1 do Partido dos Trabalhadores. Vai ser isso que vai fazer a governadora Fátima Bezerra botar Carlos Eduardo no colo e pedir voto com força pra ele.
TREVO DE 4 FOLHAS
Quando o PT diz em relação a Carlos Eduardo Alves, “sempre foi forte”, é preciso corrigir e dizer que “sempre foi sorte”. Sorte por existirem mulheres na vida do ex-prefeito de Natal que construíram sua história política.
Primeiro Wilma Maria de Faria que lhe deu de mãos beijadas, 2 anos de gestão como prefeito de Natal, quando renunciou ao cargo que ocupava pela terceira vez para disputar o Governo do RN.
Depois, por ter, como governadora forte, botado a cria debaixo do braço e garantido a reeleição para o segundo mandato de prefeito. Ao lado de Wilma, a jornalista Micarla de Sousa, à época com popularidade em alta, tanto que em seguida foi eleita prefeita em primeiro turno, enquanto Carlos, com a caneta na mão e Lula em cima do palanque, não conseguiu fazer de Fátima Bezerra sua sucessora.
PODEROSA É ELA
As mulheres responsáveis pelos mandatos de Carlos Eduardo viraram vítimas. Alvos de sua ira por não aceitar que a fortaleza não vinha dele. Abandonou Wilma, enxotou Micarla…derrotou Fátima.
Por entender que sem elas – as mulheres – não iria a lugar nenhum, resgatou Wilma para ser sua vice, e só assim voltar à Prefeitura de Natal, numa eleição onde Micarla já não tinha chance de disputa. Se elegeu e mais uma vez empurrou Wilma para onde ela não lhe fizesse sombra.
A ex-deputada federal, ex-prefeita da capital por 3 vezes e ex-governadora por dois mandatos, quase não se elege vereadora, mesmo sendo Carlos, sua criatura, o prefeito da capital.
Pela primeira vez sem as mulheres segurando na sua mão, se reelegeu em primeiro turno e jurou por Deus com os pés juntinhos que, finalmente, era forte: renunciou, ficou sem mandato, se candidatou a governador…e perdeu. Para uma mulher. Não era forte. Era sorte.
FUTURO ÓBVIO
A governadora Fátima Bezerra já impôs a Carlos Eduardo Alves duas derrotas: a primeira, quando ela própria foi derrotada para a Prefeitura de Natal, provando que ele prefeito não teve força nenhuma para elegê-la. E a segunda em 2018, quando ele perdeu o governo.
Agora Carlos mais uma vez conta com a sorte. Será ressuscitado pela governadora Fátima Bezerra. Poderá ser eleito, sim, mas jamais tirará da cabeça que mais uma mulher lhe deu a mão, e que ela foi a mesminha que lhe impôs duas grandes derrotas.
Fátima tem tudo para ser a próxima Wilma, a próxima Micarla.
Lembrando que as pesquisas que a fizeram escolhê-lo como seu senador, não foram feitas por ela nem pelo PT. Parte do plano que está só começando.
PRESENTÃO
A ex-governadora Wilma de Faria morreu como a política com mais mandatos juntos de governadora e prefeita de Natal. Foram 3 no executivo municipal e 2 no estadual.
Botando Carlos Eduardo Alves no colo, a governadora Fátima Bezerra está oferecendo ao ex-prefeito de Natal, a oportunidade de ultrapassar Wilma. Carlos já tem 4 mandatos de prefeito (dois de 4 anos e dois de 2 anos), tem tudo para ser senador e em seguida governador, podendo repetir o mandato.
Mais uma vez salvo…por uma mulher, a quem deverá virar as costas.
Pela lógica de sua história, apenas.
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“Bebiano, então homem de confiança do presidente, me confidenciou que estava em marcha uma iniciativa que poderia acabar com a OAB, casa do comunismo para Bolsonaro”.
Felipe Santa Cruz, ex-presidente da OAB, à Veja
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