Os ‘pais e mães de pet’ estão cada dia mais comuns no Brasil e, após a chegada da pandemia da covid-19, o crescimento do setor se acentuou. Em 2020, o mercado movimentou mais de R$ 40 bilhões no país – e a expectativa é de fechar os balanços ainda de 2021 com um faturamento 22,1% maior, o que representaria aproximadamente R$ 50 bilhões, de acordo com o Instituto Pet Brasil.
Segundo uma estimativa do Radar Pet, o número de animais de estimação no país aumentou 30% no último ano. O crescimento é considerado acentuado para um mercado que já vinha apresentando uma taxa média de crescimento superior a 20% nos anos anteriores.
Alguns fatores relevantes para esse aumento foram o isolamento social e o home office. As pessoas se sentiram mais solitárias e passaram a buscar ainda mais a companhia dos bichinhos.
Esse crescimento do setor também é registrado em Natal, acompanhando a tendência nacional. Bruno César é um dos proprietários do Cantinho Pets, empresa potiguar com lojas em Natal. De acordo com ele, o faturamento do estabelecimento aumentou 28,35% somente em 2020. “Além de muitas pessoas terem adquirido e adotado novos pets, muitas pessoas que já tinham passaram a cuidar mais dos seus animais. Isso fez com que a procura por produtos de melhor qualidade, medicamentos, acessórios em geral, além do cuidado estético, aumentasse”, disse o empresário.
A procura foi tanta que Bruno e seu sócio, Wendell, abriram uma segunda loja durante a pandemia. “Já estava em nossos planos uma outra unidade. Aí a soma do crescimento de vendas com uma oportunidade para abertura em um local que desejávamos anteriormente e não havíamos conseguido, fez com que acelerássemos o processo”, explicou.
O aumento da demanda também gerou um aumento na concorrência. Dados do Sebrae apontam que a abertura desse tipo de negócio registrou um crescimento significativo no primeiro semestre de 2021, com destaque para os microempreendedores individuais (MEI), que avançaram mais de 46%. Entre as micro e pequenas empresas, o aumento foi de cerca de 39%.
O gerente-adjunto de Competitividade do Sebrae, Cadu Santiago, explicou que muitas pessoas que se viram obrigadas a empreender para ter uma opção de renda acabaram escolhendo o mercado pet para começar um negócio. “Houve um aumento muito grande no empreendedorismo por necessidade, e principalmente para esse tipo de empreendedor, é importante que eles tenham um bom planejamento e se preparem adequadamente para se manter no mercado”, observou.
Hoje, o Brasil possui quase 50 milhões de domicílios contendo animais de estimação, que passaram a ser vistos como filhos. São mais de 140 milhões de pets de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Desse total, mais de 55 milhões são cães, 40 milhões são aves e quase 25 milhões são gatos.
Isso impacta todo o mercado, o consumo, a criação de novas tecnologias e soluções. E a tendência é que esse movimento se intensifique nos próximos anos.
A participação do setor representa 0,36% do PIB brasileiro e coloca o país no patamar de segundo maior mercado pet do planeta, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. No entanto, apenas 10% desse mercado está nas mãos de grandes empresas. Os outros 90% são pequenos e médios negócios, que empregam menos de 20 pessoas, espalhados pelo país.
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