A governadora Fátima Bezerra não poupou críticas ao Governo Bolsonaro ao conversar, última quinta-feira (17), com Juca Kfouri, no programa Entre Vistas, na TVT. A gestora do RN, única mulher governadora do país, ressaltou em sua fala algo que ganhou destaque em portais progressistas nacionais: que a relação da gestão federal com os estados “é marcada pelo completo desrespeito”. “Ele não tem o mínimo zelo pelos princípios republicanos, do ponto de vista das relações federativas”, afirmou ao jornalista.
Na entrevista, Fátima disparou: “Você conta nos dedos quais são os governadores que ele tem um mínimo de relação. Então é um horror, um retrocesso. É como se fosse uma volta à época da República dos coronéis”.
Consórcio do Nordeste – Na conversa com Kfouri, Fátima citou o Consórcio do Nordeste. Mas como exemplo de “resistência e cooperação coletiva”. Como uma forma alternativa de os governadores do Nordeste buscarem soluções para os problemas mais relevantes da região.
É nesse colegiado, explicou a governadora no programa, que os governadores da região buscam soluções e alternativas para as questões mais relevantes de seus estados. “No consórcio, a governadora potiguar é responsável pela coordenação das câmaras temáticas da Agricultura Familiar e da Assistência Social”, destacou matéria do portal Rede Brasil Atual, que repercutiu a entrevista.
“Sem dúvida nenhuma, essa iniciativa dos governadores, essa articulação que nós temos feito, tem sido muito importante. Na medida em que o Nordeste se une olhando para muitos e muitos dos desafios e problemas que são comuns”, garantiu Fátima a Juca Kfouri.
Professores – A governadora do RN aproveitou a visibilidade de Kfouri para garantir que irá cumprir com o Piso Nacional do Magistério em 2022. Os professores da rede estadual entraram em greve na última segunda-feira (14), reivindicando 33,24% de reajuste, de acordo com o piso. Ela disse que respeita a luta da categoria, e saudou o Piso Nacional como um dos “grandes avanços” obtidos nos governos do PT.
No entanto disse também que o Rio Grande do Norte enfrenta restrições orçamentárias e, por essa razão, apresentou uma proposta de parcelamento do reajuste. Ela lembrou que abriu seu mandato, em 2019, “com o cofre raspado”. Naquele momento, o funcionalismo estava com quatro meses de salários atrasados, que somavam cerca de R$ 1 bilhão. Ainda assim, afirmou, foi possível “arrumar a casa” garantido dignidade aos servidores.
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