Apesar de alardeados, os movimentos do grupo bolsonarista para emplacar Ezequiel Ferreira na disputa de governador e a definição entre Fábio Faria e Rogério Marinho para o Senado ainda não se concretizaram
por:
Daniela Freire
Publicado 2 de fevereiro de 2022 às 15:44
O último fim de semana do mês de janeiro rendeu um bocado de movimento político na oposição bolsonarista do RN. Em destaque, a tentativa dos aliados do presidente da República de acharem um nome que aceite arriscar o pescoço numa disputa com Fátima Bezerra pelo Governo do RN, fato que revelou mais um capítulo da novela que se tornou a disputa interna entre os ministros Rogério Marinho e Fábio Faria.
Nos últimos dias, interlocutores de um e de outro lançaram (propositalmente?) a informação de desistência da candidatura ao Senado do adversário. Do lado do ministro do Desenvolvimento Regional, disseram que Fábio estava tirando o time de campo; E do lado do ministro das Comunicações, espalharam o inverso, que Rogério é quem estava desistindo de tentar ser senador.
Ambos desmentiram.
E logo após o fim de semana, eis que aliados de Fábio festejaram a possibilidade de uma convergência em torno do nome do presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira. Aliança que se daria com uma condição: os ministros teriam que chegar a um acordo sobre qual deles disputará o Senado.
O detalhe nº 1 é que o próprio Ezequiel, até agora, manteve silêncio sobre o assunto. Afinal, ele tem outras possibilidades mais concretas de sucesso. O detalhe nº 2 é que ao mesmo tempo em que as informações que circulam no RN são de que Rogério e Fábio vão chegar ao entendimento em alguns dias, quando conversarão em Brasília, na imprensa nacional o que se diz é que “nenhum deles dá sinais de desistência”.
“De um lado, aliados de Faria dizem esperar que uma conversa final com Marinho em março possa definir a questão baseada em pesquisas de intenção de votos no estado. Já pessoas ligadas ao ministro do Desenvolvimento Regional avaliam que o fato de estar no mesmo partido que o presidente possa ajudar a pender a balança favoravelmente a ele”, ressaltou o jornal O Globo.
Ainda segundo O Globo, interlocutores do Planalto relatam que “Bolsonaro já advertiu que os dois conversem entre si”. “Na última semana, o presidente falou sobre a disputa interna entre seus ministros, deixando claro que o único caminho viável é que os dois cheguem a um consenso”, publicou o portal R7. “Vamos ver se eles chegam a um acordo, porque se os dois resolverem disputar (ao mesmo tempo) fica difícil”, disse Bolsonaro ao site.
Com outros ministros e aliados dispostos a concorrer ao mesmo cargo nas eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro tem sinalizado que não vai interferir em eventuais conflitos no seu quintal político.
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