Economia

Decretos da Prefeitura de Natal criam insegurança no setor de eventos

Empresários reclamam de não serem ouvidos pelo Município sobre decisões restritivas

por: NOVO Notícias

Publicado 31 de janeiro de 2022 às 18:00

Marta Keule atua no setor de cerimonial e casamentos – Foto: cedida

A Prefeitura de Natal publicou o decreto N.º 12.428, na manhã da terça-feira, 25, da semana passada, proibindo a realização de festas e de todos os eventos públicos ou privados, causando um verdadeiro alvoroço nos vários setores da economia potiguar ligados a shows, congressos, casamentos, formaturas, jogos esportivos e outros. As novas determinações não especificavam qual tipo de evento poderia ser realizado ou não, gerando dúvidas e protestos.

No mesmo dia, diante de toda polêmica e contestações, a Prefeitura voltou atrás e revisou o decreto, autorizando a realização de eventos desde que todos os protocolos sanitários fossem devidamente cumpridos. O retroceder na decisão, porém, não estancou a insegurança criada no setor de eventos sociais, um dos mais prejudicados com a pandemia. A batalha de decretos mais uma vez iniciada pela Prefeitura de Natal, fez ligar o alerta no setor, que passou mais uma onda de insegurança e temor, já que desde a retomada muitos empresários voltaram a investir na contratação de funcionários e em produtos e insumos.

Para a empresária do ramo de eventos sociais, Marta Keuly, a forma em o decreto N.º 12.428 foi publicado, pegando de surpresa diversos setores ligados a eventos, gera uma confusão entre os clientes e uma angústia generalizada sobre o que pode acontecer. Ela reclama de a decisão ser tomada sem que não fossem ouvidos representantes do setor.

O temor, segundo ela, é ficar dois anos parados, ter um respiro no segundo semestre de 2021, quando o setor de eventos sociais voltou a trabalhar, e agora levar um outro baque. “A gente não pode mais parar. É uma cadeia de profissionais, de pais de família que precisam trabalhar.”

Derrubada a decisão de cancelar os eventos privados, com a publicação de uma revisão no decreto restritivo do Município, Marta se sente aliviada por não ter sido obrigada a parar suas atividades mais uma vez, porém se mostra preocupada com a situação de empresas que realizam grandes eventos, como as de iluminação e de estrutura.
“Está bem complicado pra elas, bem difícil. Tenho amigos já falando que se fecharem de novo não sabem e voltam”, diz a empresária de cerimoniais.

Luciano Almeida empresário do setor de eventos sociais – Foto: Cedida

O empresário Luciano Almeida, proprietário do Olimpo Recepções, avalia ser um erro muito grande da Prefeitura publicar um decreto repentinamente porque causa um estresse, uma aflição muito grande no setor econômico, além de insegurança, tendo várias consequências na organização das empresas. Para ele, esse tipo de decreto e a disputa de decretos com o Governo do Estado, gera medo, e o cliente que estava programando seu evento, uma festa, automaticamente desiste ou espera para ver o que vai acontecer.