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Coluna Thaisa Galvão – 24 de Janeiro

por: NOVO Notícias

Publicado 24 de janeiro de 2022 às 17:37

COLUNA THAISA GALVÃO

VALEU BOI

De vaquejada para a campanha eleitoral de 2022. Nunca o batedor de esteira foi tão procurado. Se nas vaquejadas o batedor, muitas vezes melhor do que o puxador do boi, é imprescindível para o resultado de cada corrida, nas eleições deste ano, quando as chapas montadas terão quantidades limitadas de candidatos e o coeficiente eleitoral é bem alto, o batedor está sendo disputado no mercado.

Tanto pode ser um prefeito ou ex-prefeito, com trânsito bom na região onde mora, e capaz de arregimentar pelo menos 10 mil votos, como pode ser um vereador, que no mandato legislativo municipal não perderá o espaço se não for eleito. O que importa é juntar votos para conseguir eleger pelo menos um da chapa, e em muitos casos, reeleger quem já está no mandato, mas perdeu a força para encher a urna de votos.

ESTEIRA FEDERAL

As candidaturas a deputado federal são as que mais precisam do batedor de esteira, e nesses casos, de um batedor de responsa, que traga pelo menos uns 30 mil votos. No Rio Grande do Norte com 8 cadeiras na Câmara, cada partido ou federação – que é o nome novo que deram para uma coligação mais duradoura – só pode ter 9 candidatos, capazes de juntar uma média de 180 mil votos, que é o suposto coeficiente deste ano.

Nem o deputado federal mais votado em 2018, Benes Leocádio, alcançou o coeficiente. Teve pouco mais de 125 mil votos, e foi o mais votado de uma coligação que reuniu o seu PTC da época, com o PRB, PTB, PR, PPS, PMB, PSB,
PSDB, PSD, AVA e PROS, e que elegeu também os deputados João Maia, Rafael Motta e na rabeira, Fábio Faria, este com apenas 70.350 votos.

ROGÉRIO ELEGEU FÁBIO

Na disputa com direito a coligação sem limite de candidaturas, os eleitos nessa coligação tiveram como batedores de esteira a então vereadora e hoje deputada Carla Dickson (PROS – 60.590 votos), que virou a primeira suplente e assumiu a vaga de Fábio, afastado para ser ministro; e ainda Rogério Marinho (PSDB – apenas 59.961 votos), Karla Veruska (AVA – 42.784 votos), Abraão Lincoln (PRB – 42.431 votos), Robson Carvalho (PMB – 18.576 votos)… Analisando os números, dá até para dizer que Rogério Marinho bateu esteira para Fábio Faria. No final, a coligação conseguiu 672.052 votos.

Outro batedor de esteira de peso nas eleições de 2018 foi o ex-senador José Agripino Maia. Candidato pelo DEM, obteve 64.678 votos. Ficou de fora, mas ajudou a reeleger o deputado Walter Alves (MDB) e a votação contou para colocar na cadeira do bem votado Mineiro (PT), o deputado Beto Rosado (PP), que pela votação (71.092), ficaria de
fora da Câmara.

FEDERAÇÃO NO TELHADO

Se em 2018 os batedores de esteira entraram dispostos a se eleger, e vale ressaltar que Rogério jamais se proporia a puxar votos para Fábio Faria, nem Agripino para Beto Rosado, no pleito de outubro eles vão entrar sabendo do seu papel de eleger alguém. Com um número considerável de candidatos com disposição de assumir mandato, o PT poderá deixar de fora quem vai entrar realmente para disputar. Além da deputada federal Natália Bonavides, que foi
a segunda mais votada em 2018 e do secretário Fernando Mineiro, o terceiro, o partido da governadora Fátima Bezerra e do presidenciável Lula, terá ainda na lista dos elegíveis a pré-candidata Samanda Alves, que tem a simpatia da governadora.

Para fugir dos batedores de esteira, que deverão sair bem caros este ano, partidos como o PP e o PL trabalham para agregar. Ou filiando nomes fortes de outras legendas ou adotando a tal da federação, que neste caso, dependerão das executivas nacionais, já que elas são feitas de cima para baixo. E na lista dos mais paquerados estão o PSDB, o MDB, o PSB, a União Brasil (DEM/PSL)… Mas aí, o que parece bom, pode ser ótimo. Mas para poucos. A quase descartada federação do PT com o PSB e o PCdoB, no Rio Grande do Norte mesmo, atrapalha mais do que ajuda os projetos do PT. Será ótimo para o PSB. O maior estado do Brasil, São Paulo, é também o mais problemático: nem o PT está disposto a abrir mão da candidatura de Fernando Haddad (PT-SP) nem o PSB abrir mão de lançar Márcio
França (SP). Nesse caso a federação subiu no telhado.

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> O melhor do BBB ainda não começou. Liberados pela TV Globo, os participantes podem falar de política e de políticos. Assim que eles entenderem, terá início um Fla Flu com transmissão ao vivo.
>O jornalista potiguar Alan Severiano, na opinião da coluna, está a um passo de sero sucessor de William Bonner no Jornal Nacional. Sem prazo, apenas a aposta.

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