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Coluna Thaisa Galvão – 17 de Janeiro

por: NOVO Notícias

Publicado 17 de janeiro de 2022 às 17:50

COLUNA THAISA GALVÃO

AGLOMERA RN

O presidente Jair Bolsonaro deve pousar no Rio Grande do Norte no dia 9 de fevereiro. Como das outras vezes, descerá do avião no aeroporto de Mossoró – bem mais fácil de juntar e controlar um grupo para recebê-lo com aglomeração – e de lá vai para Jardim de Piranhas, cidade do deputado federal João Maia, presidente do PL, o seu novo partido. Mas também a cidade porta de entrada das águas da transposição do São Francisco no Rio Grande do Norte, através do rio Piranhas-Açu.

VINTE DIAS

Quando Bolsonaro chegar ao RN, de acordo com o calendário eleitoral, vão estar faltando exatamente 20 dias para que os ocupantes de cargos públicos que querem ser candidatos, renunciem. Quando Bolsonaro chegar ao RN, estarão faltando 20 dias para que os ministros Rogério Marinho e Fábio Faria, que travam uma queda de braço para saber qual terá o apoio do presidente numa disputa pelo Senado, deixem os ministérios do Desenvolvimento Regional e das Comunicações, respectivamente.

ÚLTIMO COPO D´ÁGUA

Patinando nas pesquisas, tanto Fábio quanto Rogério apostam na ‘força’ de Bolsonaro para garantir-lhes a disparada nas pesquisas que nem Bolsonaro tem no Rio Grande do Norte nem no Nordeste. A chegada do presidente, com as primeiras gotas do rio São Francisco por aqui, será também o último copo de água na tentativa de hidratar as candidaturas de Fábio e de Rogério.

MILAGRE

Quando Bolsonaro pousar em Mossoró daqui a 23 dias, certamente acompanhado de Rogério e Fábio, os dois ministros potiguares estarão na mesma situação periclitante que estão hoje, patinando nas pesquisas, já que em 23 dias não vai cair um milagre do céu mudando o cenário político potiguar em favor dos dois bolsonaristas. E não vai ser a presença de Bolsonaro ao lado dos dois que vai mudar o ciclo das águas eleitorais nos 20 dias que antecederão a data da renúncia, transformando em intenção de votos, tanto para Fábio quanto para Rogério, as águas que escorrerão para uma região do Estado. Até chegar primeiro de abril, data da renúncia dos pré-candidatos, não será mais uma questão de anos como se contava no início do governo; nem mesmo uma questão de meses, como se discutia há bem pouco tempo. Mas uma questão de dias, para que Fábio e Rogério optem pela renúncia dos ministérios.

CONTANDO HISTÓRIAS

Sem os cargos que ocupam hoje, os dois irão para o palanque apenas contar histórias, e não terão mais as aeronaves da FAB para cortar os céus do Brasil, muito menos os ministérios para montar super palanques e estruturas que impressionam pelo estado afora como vem fazendo. Sem os ministérios, não terão mais a caneta para assinar na frente dos prefeitos a liberação de recursos em troca de simpatia eleitoral. Sem os ministérios, terão que pedir favor aos substitutos, a menos que mostrem força para indicar os substitutos. Para ‘conquistar’ novos apoiadores, Bolsonaro poderá ter que entregar a galinha dos ovos de ouro tanto de Rogério quanto de Fábio.

STATUS: MINISTRO

Sem os ministérios e com o presidente descendo ladeira abaixo nas pesquisas, com Sérgio Moro tirando votos da direita e Lula liderando as intenções de votos, não será fácil para Rogério ou Fábio convencer agora o mesmo eleitorado que não conseguiram convencer em 2018, quando Rogério foi derrotado e Fábio quase não se elege deputado. Foi o último da lista de 8.

Sem um milagre nos dias que restam para o cumprimento do calendário eleitoral, o Rio Grande do Norte poderá continuar tendo dois ministros depois de 2 de abril. Ou pelo menos um ministro. Sem garantia de eleição, é possível que os dois sigam com o ‘status’ de ministro em suas contas do Facebook e com um ‘relacionamento sério’ com o presidente Jair Bolsonaro. Que entrou 2022 do jeitinho que deixou 2021: caindo nas pesquisas. Aí 2023 poderá ser o ano que nem Fábio nem Rogério esperavam ao assumirem com pompas e circunstâncias um ministério no governo de Jair Messias Bolsonaro.

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