COLUNA THAISA GALVÃO
NOVO NORMAL
Em que mundo nós estamos e que vida estamos vivendo?
Era março de 2020 e o surgimento do coronavírus, causando a pandemia da covid em todo o mundo, lançou nas redes sociais um símbolo que seria muito interessante se tivesse sido levado a sério e adotado pelas pessoas de todos os lugares: o “Novo Normal”.
E o que viria a ser o tal do Novo Normal diante do mistério que se apresentava sobre um vírus que de uma hora para outra matou pais, mães, avós, tios, filhos e mais de 600 mil pessoas só no Brasil? Seria isso o tal do Novo Normal propagado por quem apenas tinha medo de morrer, mas não incomodava quantas pessoas iria perder? O Novo Normal seria pegar o vírus e apresentar um resultado de um teste com IGG positivo, como se livre estivesse para voltar a curtir a vida numa boa, independente de quantas mortes ainda iria assistir de camarote? O Novo Normal seria então, estar uma pessoa, e não o coletivo, livre de morrer?
SAÚDE X IGNORÂNCIA
Longe do entendimento científico, mas científico mesmo, com fundamento em estudos, e não em patrocínios, o mundo foi desenhando um tal de Normal que de novo não tem nada. Um novo que há muito faz parte do perfil de pessoas em quem se apostava que a pandemia iria lapidar, melhorar, renovar. Mas, como escrevi ainda no início de 2020, o Novo Normal será, nada mais nada menos, do que o Normal de Novo.
Um ano depois, primeiros meses de 2021, finalmente chega a vacina, e com ela a esperança. E com ela a certeza da maldade inserida no normal de novo. E com ela a política patrocinada. E com ela a pergunta que não quer calar: Em que mundo nós estamos e que vida estamos vivendo? Onde a ignorância chega a vencer a ciência, onde o investimento em Educação parece não ter valido de nada, onde a vida…ah, a vida. ‘No Brasil foram só mais de 600 mil perdidas’, e a vacina que mostrou eficiência, e que mesmo não impedindo um novo surto com a variante Ômicron, freou mortes, é questionada por quem sequer terminou o antigo segundo grau.
NORMAL DE NOVO
O normal de novo, que de novo não tem nada, revela no Brasil a cultura da negação. Negação da vacina, negação da educação, negação de Deus – que tem o santo nome usado em vão – negação de direitos. O direito de se vacinar, que no Brasil quase foi negado para os adultos, e que só foi levado a sério depois que o governador de São Paulo, João Dória, junto ao Instituto Butantan, anunciou o início da imunização, foi negado para as crianças. Valendo a máxima criada pelo presidente Jair, que em se tratando de Saúde, ele manda e seus vários ministros obedecem, o cardiologista paraibano Marcelo Queiroga, absurdamente lançou uma votação popular, onde leigos e até analfabetos puderam decidir se as crianças teriam direito ou não à vacina contra covid.
FORA DA CAIXINHA
Ê Brasil envergonhado, do Novo Normal fora da caixinha, onde chegamos a 2022 com um novo surto de covid, uma epidemia nova – a da gripe – e seguidores batendo palmas para o negacionismo e afirmando que, sobre vacina e pandemia, não ouvem a ciência, ouvem o presidente Jair Bolsonaro, que nada entende sobre saúde, que nada sabe sobre pandemia, que nada respeita sobre a vida. Não à toa o presidente que não para de falar absurdos, mas prepara um palanque para continuar sendo o centro das atenções do país a partir de 2023, aumenta cada vez mais os índices de rejeição. Não à toa seus asseclas auxiliares que buscam mandatos eleitorais, patinam nas pesquisas com índices vergonhosos. A pandemia, que poderia ter chegado ao fim em todo o mundo, segue firme. O que não quer dizer que, quem luta pela sua permanência, terá que seguir firme também.
CURTAS e compartilhe
-Natal segue entre as capitais brasileiras que ainda não definiram sobre carnaval de rua. Os maiores carnavais de rua do país já tiveram as festas canceladas.
-Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Olinda, São Luís, cidades onde predominam as festas de rua, calarão suas avenidas no próximo carnaval.
“Você tem conhecimento de uma criança de 5 a 11 anos que tenha morrido de covid? Eu não tenho”.
Jair Bolsonaro – o desinformado
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