Cotidiano

Falta de insulina na saúde pública de Natal coloca vida de diabéticos em risco

Em nota, a SMS Natal reconhece a escassez do material e sugere substitutivos com o aval médico

por: NOVO Notícias

Publicado 4 de janeiro de 2022 às 14:22

Falta insulina e insumos em Natal

Falta insulina e insumos para diabéticos em Natal

Usuários do Prosus, mantido pela Secretária Municipal de Saúde de Natal (SMS Natal), estão reclamando da falta de medicamentos e insumos para portadores de diabetes. O desabastecimento já vem acontecendo desde o mês de novembro, segundo conta a mãe de um jovem usuário do serviço.

O Prosus é um serviço da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), iniciado em 2012 e totalmente subsidiado pela Prefeitura do Natal. Através dele a população recebe determinados medicamentos de forma gratuita.

Contudo, não é isso que vem acontecendo para os diabéticos, que estão tendo o tratamento da doença comprometido em decorrência da falta, não só de insulina, mas de insumos essenciais para a aplicação do medicamento e controle da doença, como lanceta, agulhas e fitas.

Ele é diabético desde os cinco anos e faz uso da insulina todos os dias. Ele é insulinodependente e precisa fazer uso da insulina do tipo Tresiba todos os dias em jejum e da NovoRapid todas as vezes que ele for se alimentar“, diz Daniele Sansão, fundadora da Associação Potiguar Amigos dos Diabéticos (APAD), contando sobre a rotina de seu filho, Davi, de 20 anos e que desde os cinco é diabético.

Além da insulina, os insumos, como a fita, também fazem a diferença na vida dos diabéticos, conforme nos conta Daniele Sansão.

As fitas são essenciais. As pessoas precisam fazer a glicemia todos os dias para fazer o controle. Meu filho faz e nunca foi hospitalizado, mesmo sendo diabético há 15 anos. Nunca precisou ser hospitalizado graças ao controle que faz“, diz Daniele, que completa: “a fita gera um controle que vai evitar a hospitalização e fará com que a glicemia não suba. A fita é essencial tanto quanto a insulina. Pessoas morrem por falta de controle“.

Sem poder contar com o serviço público municipal, a família precisa tirar do próprio bolso para manter o tratamento e controle da doença em dia. Segundo Daniele, o gasto gira em torno de R$ 1.500 por mês. Esse valor é variável de acordo com a gravidade e o tipo da doença que cada paciente tem.

A média de gastos é alta, e não são todos os usuários que podem arcar. A situação acaba se tornando caótica para alguns, que precisam escolher entre comprar a alimentação da família ou a insulina e todos os materiais que deveriam ser oferecidos pela saúde pública.

A SMS Natal, em nota, reconhece a escassez dos materiais, contudo, justifica que há em estoque medicamento que pode ser substituído por aqueles que estão em falta, e destaca que a alternativa precisa de prescrição médica indicando a possibilidade dessa substituição.

A substituição proposta não é uma boa alternativa segundo o médico da família de Davi Sansão. Se o tratamento está sendo eficaz com um determinado tipo de insulina e o paciente está bem adaptado, é recomendado que o tratamento não seja modificado. Infelizmente, não é a realidade para alguns, que dependem da prestação do serviço do Prosus, e não têm condições financeiras de manter o tratamento com o município falha.

Confira a nota da SMS Natal na íntegra

A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS/Natal) informa que há disponibilidade de insulinas tipo Levemir com fornecimento regular no PROSUS, como alternativa às insulinas especiais do tipo Lantus e Tresiba, atualmente em falta. Contudo, a dispensação desse medicamento deve ocorrer com prescrição médica indicando essa possibilidade.

O fornecimento de agulhas normaliza-se a cada 07 dias e a unidade dispõe de estoque, mas a entrega deve ser realizada onde o usuário tem cadastro, que pode ser em UBS ou PROSUS. Em relação às lancetas o estoque encontra-se irregular, sendo normalizado nas próximas semanas devido a alta demanda. As fitas estão em falta, contudo, haverá reposição nesta quarta-feira (05).

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