Embora tenha adotado um tom mais neutro no Senado, na sabatina que precedeu a sua eleição, Mendonça assumiu um discurso mais religioso tão logo seu nome foi confirmado para a vaga do STF. Parafraseando o astronauta americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua, Mendonça afirmou que sua nomeação era um grande salto para os evangélicos.
“O propósito da igreja nesse salto é glorificar a Deus”, disse Mendonça, que é pastor, em sua pregação de 26 minutos, marcada por muitos gritos de “amém” e “aleluia”, além de aplausos, no templo lotado de fiéis. Todos estavam de máscara, para se proteger de contaminação pelo novo coronavírus.
Mendonça contou aos fiéis que estava muito calmo durante a sabatina no Senado porque sabia que Deus já havia “escrito a história”. “Deus tem um propósito para cada um de nós”, disse. “Eu nunca tive dúvidas das promessas de Deus, do que Deus tinha me dito anos atrás”, afirmou. “Não via como se realizaria, mas sabia que ele tinha prometido.”
O ministro eleito afirmou ainda que era muito bom estar no Culto da Vitória “depois dessa grande vitória que Deus nos preparou”. Coube ao anfitrião, o pastor Silas Malafaia, que falou logo após Mendonça, dizer que o discurso religioso do novo ministro não fere a laicidade do Estado. “É uma estupidez, uma imbecilidade e um preconceito”, nas palavras de Malafaia, dizer que a nomeação do pastor André Mendonça ao STF fere o caráter laico do Estado.
“Então quer dizer que não pode ter católico, espírita ou evangélico no STF?”, questionou. “Só pode ter ateu e quem não profere nenhuma religião? Vai ser estúpido assim lá na China.”
Malafaia garantiu que os evangélicos não pretendem impor sua fé a ninguém e que só os “esquerdopatas acham que somos fundamentalistas”. Ele encerrou sua fala dizendo que Mendonça será o instrumento de Deus no STF.
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