A cinco dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes potiguares estão ansiosos para testar os conhecimentos adquiridos durante o ano letivo de 2021, que em sua maior parte teve ensino remoto. Ao mesmo tempo, alguns contestam a realização das provas, em vista da desigualdade tecnológica, e o risco de contágio por Covid-19 nos locais de prova.
O Enem 2021 terá duas modalidades, a impressa e a digital. Este é o segundo ano de aplicação da modalidade digital do exame. Nesta edição, as duas versões serão nas mesmas datas – 21 e 28 de novembro para 3,1 milhões de estudantes que se inscreveram para o certame, incluindo 94 mil no Rio Grande do Norte.
A estudante Tábata Dantas, de 18 anos, vai prestar Enem para Comunicação Social. Neste ano, ainda devido às mudanças causadas pelo coronavírus, a aluna sentiu dificuldades no ano letivo. Ela também falou que a aplicação do exame será um pouco mais complicada por conta das medidas de distanciamento social; uso de máscaras; distanciamento entre as bancas e aglomerações em pontos nas calçadas dos colégios, apesar do avanço da vacinação na maior parte da faixa-etária que irá realizar o exame. A pré-vestibulanda, que já fez o Enem no ano passado como “treineira”, relatou que algumas salas de aula de escolas municipais e estaduais também não contam com ar condicionado, um desafio a mais para os vestibulandos.
“Eu ainda sinto muito medo. Fico feliz em estar vacinada, mas é impossível conter as aglomerações pelo fluxo de pessoas que realizam o exame”, comenta Thabata. A vestibulanda de Comunicação também argumentou que o ensino remoto da sua escola foi muito diferente do habitual e que isso, de certa forma, dificultou o seu ano letivo e aprendizado.
A técnica de Enfermagem, Rayanne Teixeira, de 21 anos que busca uma vaga na Universidade Federal do Rio Grande do Norte contou à reportagem do NOVO Notícias que ainda pensa em desistir do Enem este ano. O fator psicológico e motivacional de ainda estarmos em um ambiente pandêmico tem gerado diversos gatilhos mentais que preocupam a candidata. “Tem sido dias de ansiedade para mim, pois ainda estou psicologicamente abalada pela situação pandêmica; e saber que as estruturas, principalmente das escolas públicas estão precárias e os candidatos que ficarem nelas estarão em um ambiente que os desfavorece, gera um medo da falta de estratégia sanitária que as escolas adotarão e aumentar o risco da contaminação da covid”, disse.
Rayanne ainda observa que a desigualdade é muito grande, já que alguns colegas de sala acabaram sofrendo com a pandemia de outra forma. “Ter sido impactada pela adaptação ao ensino remoto e saber que isso prejudicou minha aprendizagem e não farei a prova nas condições que faria se estives[1]se aprendido melhor, também me deixa preocupada. Tenho colegas que não tiveram acesso a uma internet de qualidade e computadores para se preparar para este Enem”, finalizou a candidata.
O número de participantes é 26% menor do que no ano passado, quando 129,1 mil estudantes participaram do Enem no Rio Grande do Norte – quase 35 mil a mais que esta edição. A queda não é exclusividade do estado. No Brasil, foram 4 milhões de inscritos neste ano – o menor número desde 2007. Em 2020, foram 5,7 milhões.
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