Não tendo argumento plausível para justificar o seu posicionamento contrário ao decreto estadual que obriga servidores a se imunizarem, parlamentar bolsonarista recorreu a fake news
Publicado 28 de outubro de 2021 às 00:09
Ao criticar o decreto do Governo do Estado que obriga a vacinação compulsória dos servidores estaduais, durante pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, o deputado Coronel Azevedo comparou a vacinação contra a covid-19, que ocorre em todo o mundo, com os experimentos realizados pelos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial.
“Médicos foram utilizados para aplicar experimentos na Alemanha nazista e resultaram em milhares de mortes foram depois condenados à morte. Eles [médicos] disseram que estavam fazendo os experimentos por ordem do Estado cumprindo um dever de servidor e obedecendo ao governante nazista”, afirmou o parlamentar.
O que Azevedo quis insinuar – para justificar o seu posicionamento contrário à obrigatoriedade da vacinação – é que os imunizantes disponíveis ainda estão em fase “experimental” – o que não é verdade – e que ao impor a vacinação aos servidores do Estado o governo Fátima Bezerra está se comportando como o governo nazista alemão.
“Não sou contra a vacina da Covid-19, inclusive já me vacinei, mas sou a favor da autonomia médico-paciente e do sigilo da profissão do médico. É preciso que cada cidadão tome a decisão de se vacinar ou não”, disse ele, citando ao menos duas das ‘narrativas’ mais usadas pelo bolsonarismo para justificar o uso de fármacos comprovadamente sem eficácia contra o novo coronavírus.
Quando se trata de saúde pública, o direito coletivo prevalece sobre o individual. É o caso da vacinação, pois quando as pessoas deixam de se vacinar elas não prejudicam apenas a si mesmas, mas toda a população.
Outro ponto importante de se ressaltar: A Anvisa divulgou um comunicado esclarecendo que as vacinas em uso no Brasil não são experimentais e todas tiveram seus dados de eficácia e segurança avaliados e aprovados pela agência reguladora, com o uso dentro das indicações aprovadas.
O deputado não confia na Anvisa?
A propósito, o deputado talvez não saiba, mas quase 300 cidades brasileiras, incluindo Florianópolis, estão adotando a estratégia de impor o “passaporte da vacina”. Isso representa mais de 10,1% dos municípios brasileiros. Será que são todos nazistas esses gestores?
Em tempo: o deputado informou que este assunto será debatido em audiência pública proposta por seu mandato, no dia 5 de novembro.
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