Cotidiano

Moradores relatam acidentes constantes entre trens e carros nos cruzamentos das linhas férreas

Apesar de estarem sinalizadas, placas e outros equipamentos aparentam não passar por manutenção há algum tempo e mostram desgaste do tempo e depredação por vandalismo

por: NOVO Notícias

Publicado 27 de setembro de 2021 às 15:30

Parte da sinalização foi alvo de depredação e vandalismo, outra enfrenta apenas a corrosão causada pelas intempéries do tempo – Foto: Carlos Azevedo/Novo Notícias

No último dia 14 deste mês, Natal presenciou mais um acidente com vítima fatal nas linhas férreas do Sistema de Trens Urbanos de Natal. Era por volta das 16h30 quando o veículo em que estava a professora Luzivânia de Oliveira Ramos, de 44 anos, foi atingido pelo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na linha férrea que corta a avenida Doutor João Medeiros Filho, no bairro Potengi, zona Norte da capital potiguar.

Apesar desse ser o primeiro acidente com vítima fatal em passagem de nível desde 2013, segundo a assessoria da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), moradores e comerciantes que vivem ou trabalham próximo às linhas férreas de Natal dizem que acidentes entre veículos e trens são comuns.

O senhor Assis Alves, que mora e tem um comércio há poucos metros de uma dessas passagens de nível, no bairro de Cidade Praia, também na zona Norte, diz que apenas do mês de janeiro até agora já presenciou três acidentes envolvendo veículos e trens.

“Graças a Deus não aconteceu nenhuma morte como aquele da semana retrasada, mas acontece sempre. O que posso dizer é que, pelo menos aqui, acontece por irresponsabilidade dos motoristas dos veículos que são apressados e não esperam o trem passar”, diz o comerciante.

Já na zona Oeste, no bairro Bom Pastor, moradores repetem o testemunho do comerciante da zona Norte da cidade. Segundo eles, os condutores dos veículos insistem em cruzar a linha férrea mesmo quando escutam a buzina do trem.

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A CBTU argumenta que os trens circulam sempre com faróis acesos, acionamento intermitente da buzina e velocidade reduzida nos trechos de maior adensamento urbano, como é no cruzamento onde aconteceu o fatídico acidente.

Contudo, Fabriciano Freitas, que trabalha em um comércio próximo ao local onde aconteceu o acidente que matou Luzivânia, disse à equipe de reportagem do NOVO que o VLT só fez uso da buzina no último instante. “Ele vinha de Nova Natal no sentido Igapó e só veio buzinar em cima da avenida praticamente, não tinha mais jeito.”

Além da passagem de nível, o local em que o acidente ocorreu conta com sinalização da Cruz de Santo André, intermitentes luminosos, e placas ‘pare, olhe e escute’. De acordo com a CBTU, esses instrumentos de sinalização “passam por manutenção permanente, realizada pela equipe da companhia”.

A equipe de reportagem do NOVO visitou alguns pontos da linha férrea do Sistema de Trens Urbanos de Natal e constatou que todos os locais visitados contam com a sinalização informada pela CBTU; entretanto, o material parece não passar por manutenção há algum tempo. Algumas placas foram alvos de depredação e vandalismo, outras enfrentam apenas a corrosão causada pelas intempéries do tempo.

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