Cotidiano

Hoje é o último dia para psicólogos do RN contribuírem com pesquisa nacional sobre suicídio 

Pesquisa tem o objetivo de levantar dados para subsidiar elaboração de documento técnico que dará suporte aos profissionais e ao poder público

por: NOVO Notícias

Publicado 24 de setembro de 2021 às 14:40

Acaba na sexta-feira (24) o prazo para que os psicólogos do Rio Grande do Norte contribuam com pesquisa nacional sobre prevenção ao suicídio. A pesquisa é realizada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e tem como objetivo identificar a atuação de profissionais nas políticas públicas de prevenção da autolesão, do suicídio e da posvenção, para elaboração de Referências Técnicas.

De acordo com a psicóloga Marina Queiroz, que atua como conselheira do Conselho Regional de Psicologia do RN e coordena localmente o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas do CRP (CREPOP/CRP), a participação da categoria é necessária já que as experiências trazidas pelos profissionais servirão de base para elaboração do documento.

A representante do CRP destaca que o documento elaborado dará suporte aos profissionais e ao poder público. “O suicídio é considerado um problema de saúde pública. Então, orientar a atuação profissional nessas demandas é um passo importante na prevenção”, diz Marina.

SUICÍDIOS

De acordo com dados da Rede e do Instituto Óbvio de Pesquisa, nos últimos 10 anos o Rio Grande do Norte registrou o total de 1.727 suicídios, no período compreendido entre janeiro de 2011 a 10 de março de 2021, o que significa 2,6 casos por dia.

A representante do CRP-RN afirma que o suicídio e outras formas de autolesão são fenômenos multifacetados é que podem ter como agravantes fatores como bullying e cyberbulling, racismo, LGBTfobia, entre outros, e que a instabilidade política, social e econômica do país pode ter influência na vida dos sujeitos. “Os impactos da pandemia sobre os indivíduos são diversos. Além de provocar o aparecimento ou agravamento de sofrimento psíquico que podem intensificar a ideação de suicídio. O cuidado em saúde mental é urgente”, enfatiza.

A conselheira reforça que estratégias e políticas públicas efetivas podem reduzir os danos na saúde mental da população, inclusive os fatores que geram o comportamento da autolesão. ‘’A proteção do Estado através da assistência social, a distribuição de renda igualitária, a prevenção com medidas sanitárias, o aumento e valorização de equipes de saúde mental no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS/SUS) e da Assistência Social, são importantes para atenuar os impactos psicossociais”, afirma.

REDE DE APOIO É FUNDAMENTAL

Segundo Marina, a ideação suicida pode se demonstrar,por exemplo, em comentários de desespero, desesperança, baixa autoestima. Por isso, a expressão dos sentimentos, o fortalecimento da rede de apoio e a busca pela garantia de direitos é fundamental.

Frases negativas podem indicar que algo não está bem e que merece atenção de familiares e de pessoas próximas para que esse indivíduo receba suporte emocional e psicológico. “A maioria dos casos de suicídio podem ser evitados com a busca de ajuda profissional e muito diálogo entre os indivíduos e as pessoas que os cercam”, afirma.

PARTICIPAÇÃO NA PESQUISA

Profissionais que atendem ou já atenderam pacientes com demandas de prevenção ao suicídio, autolesão e pósvençãono SUS, na Assistência Social, na Segurança Pública, nas Universidades e Institutos Federais, nas políticas de atendimento à mulher, entre outras políticas públicas, devem acessar a pesquisa para contribuições através do link: https://www2.cfp.org.br/consultapublica/2021/prevencaosuicidio/

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