De acordo com a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), aproximadamente 65 milhões de pessoas têm a condição no mundo. Foto: Elaine Patricia Cruz/Agência Br
Já no domingo (30), a Apoie realiza a Manhã de Conscientização, um evento no Parque das Dunas, de 9h às 12h, com mini-palestras de profissionais de saúde, aferição de pressão e glicemia
Publicado 29 de março de 2025 às 12:30
Fundado em 2008 por Cassidy Megan, de Nova Scotia, Canadá, na época com apenas nove anos de idade, o Purple Day é um evento mundial de conscientização a respeito da epilepsia. Pessoas de todo o mundo são convidadas a usar roxo e falar sobre epilepsia.
O evento chegou ao Brasil em 2010, através de Eduardo Caminada Júnior (foto), embaixador eterno da causa, com o objetivo de divulgar informações e combater o preconceito contra as pessoas que convivem com a epilepsia. Assim nasceu o Purple Day Brasil. Com o falecimento de Eduardo Caminhada em 2021, desde 2022 o evento é realizado pela Apoie Epilepsia. O dia mundial de conscientização é 26 de Março.
Em 2025, o Purple Day Brasil celebra 15 anos de uma jornada marcada por conquistas, superação e muita conscientização. Ele se tornou a maior campanha de conscientização sobre epilepsia da América Latina. São 15 anos iluminando monumentos, realizando eventos educativos e, principalmente, mudando vidas.
Já são mais de 50 prédios e monumentos iluminados de roxo em todo o Brasil, incluindo a emblemática FIESP, em São Paulo. Mais de 300 ações em escolas, empresas e comunidades. Um alcance digital que já tocou 15 milhões de pessoas. E o mais importante: milhares de histórias de pessoas com epilepsia que encontraram no movimento a força para seguir em frente.
Nestes 15 anos, aprendemos que a epilepsia vai muito além das crises. São desafios diários, muitas vezes invisíveis, que incluem desde dificuldades cognitivas até o preconceito que ainda persiste em nossa sociedade. Por isso, em 2025, o tema “Permita-se” convida todos a uma reflexão profunda: permita-se conhecer, permita-se acolher, permita-se agir.
Purple Day terá ações em Natal
Natal sediará dois eventos do Purple Day Brasil 2025. O primeiro, no dia 29 de Março, será online, ao vivo e gratuito para todo o Brasil. Com o tema “Permita-se”, foram reunidos médicos especialistas, profissionais de saúde, influenciadores e pessoas como você, para mostrar que todo dia é dia de falar sobre Epilepsia. As inscrições estão abertas até o dia 28 de Março pelo site oficial do evento, www.purpledaybrasil.com.br .
Já no domingo (30), a Apoie realiza a Manhã de Conscientização, um evento no Parque das Dunas, de 9h às 12h, com mini-palestras de profissionais de saúde, aferição de pressão e glicemia. Os participantes também poderão se exercitar com o Projeto Bike Sem Fronteiras, relaxar com massagem terapêutica e se divertir com recreação para toda família Vista roxo e permita-se.
O tema “PERMITA-SE”
Esta campanha tem como meta principal aumentar a conscientização e o entendimento sobre a epilepsia, uma condição neurológica frequentemente mal interpretada e envolta em estigma. Queremos inspirar as pessoas a se permitirem viver plenamente, aceitar suas individualidades e encontrar força na vulnerabilidade.
“Permita-se” é um chamado para abraçar a própria individualidade e força ao enfrentar os desafios da epilepsia. Este tema busca inspirar a comunidade a se permitir viver plenamente, a aceitar a si mesma e a encontrar poder na vulnerabilidade.
Informar e educar o público sobre a epilepsia, desmistificando a condição e combatendo estigmas, Incentivar as pessoas a aceitarem suas próprias condições e a se permitirem viver plenamente, sem medo ou vergonha, Inspirar a comunidade a encontrar força e resiliência, promovendo histórias de superação e práticas de autocuidado e Criar uma rede de apoio e empatia para aqueles que vivem com epilepsia, envolvendo familiares, amigos e a comunidade em geral. Estes são os objetivos deste ano.
Segundo a OMS, a epilepsia é a doença cerebral crônica mais comum que existe e afeta pessoas de todas as idades. Mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia e 2% da população brasileira. Estima-se que 70% das pessoas com epilepsia podem cuidar e ”ficar livres” de convulsões, se diagnosticadas e tratadas adequadamente.
SINTOMAS
Em crises de ausência, a pessoa apresenta-se “desligada” por alguns instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises parciais simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. Ele pode sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e contraem-se. Quando as crises duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, são perigosas, podendo prejudicar as funções cerebrais.
CAUSAS
Muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose (“ovos de solitária” no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas. E muitas vezes a origem pode ter relação com uma má formação congênita do cérebro.
TRATAMENTO
O tratamento mais comum das epilepsias é feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas; casos com crises frequentes e incontroláveis são candidatos à tratamentos alternativos, como dieta cetogênica, uso de canabidiol, bem como intervenção cirúrgica.
Em muitos casos as crises epiléticas não são previsíveis e as pessoas precisam de ajuda, principalmente para não se machucarem durante as convulsões. É importante estar atento e saber como proceder ao presenciar uma crise:
– mantenha a calma e tranquilize as pessoas ao seu redor;
– evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
– tente colocar a pessoa deitada de lado, em lugar confortável e seguro, com a cabeça protegida com algo macio;
– nunca segure a pessoa nem impeça seus movimentos (deixe-a debater-se);
– retire objetos próximos com que ela possa se machucar;
– mantenha-a deitada de lado, evitando que ela se sufoque com a própria saliva;
– afrouxe as roupas, se necessário;
– se for possível, levante o queixo para facilitar a passagem de ar;
– não tente introduzir objetos na boca do paciente durante as convulsões;
– não dê tapas;
– não jogue água sobre ela nem ofereça nada para ela cheirar;
– verifique se existe pulseira, medalha ou outra identificação médica de emergência que possa sugerir a causa da convulsão;
– permaneça ao lado da pessoa até que ela recupere a consciência;
– se a crise convulsiva durar mais que 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica;
– quando a crise passar, deixe a pessoa descansar.
Outro grave problema associado à epilepsia é o estigma: em algumas partes do mundo, a verdadeira natureza da epilepsia foi distorcida por muito tempo por mitos, medos e noções equivocadas sobre o distúrbio. Ainda hoje, pessoas com epilepsia e as suas famílias sofrem algum tipo de discriminação. Esse é um dos principais motivos pelo qual o Purple Day é extremamente relevante.
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