Iniciativa é conduzida pelo Laboratório de Ecologia Marinha e coordenada pela professora Emanuelle Fontenelle, do curso de Ecologia. Foto: Ufersa
Além de se alimentar de espécies nativas e comprometer o equilíbrio ecológico, o Peixe-leão representa um risco para pescadores e banhistas devido aos seus 18 espinhos peçonhentos que podem causar acidente nas pessoas
Publicado 13 de março de 2025 às 15:30
O peixe-leão, um predador exótico e altamente perigoso, tem se tornado uma ameaça crescente à biodiversidade marinha e à pesca artesanal no litoral do RN. Para enfrentar esse problema, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) desenvolve um projeto de pesquisa e extensão que mobiliza pescadores na identificação e no combate a essa espécie invasora.
A iniciativa, conduzida pelo Laboratório de Ecologia Marinha e coordenada pela professora Emanuelle Fontenelle, do curso de Ecologia, aposta na ciência cidadã para monitorar a presença do peixe-leão (Pterois volitans) no Rio Grande do Norte. “Nos municípios onde realizamos capacitações, os registros de captura aumentaram significativamente, demonstrando o impacto positivo do nosso trabalho junto à comunidade”, destaca a professora.
Originário do Indo-Pacífico, o peixe-leão foi introduzido no oceano Atlântico e recentemente chegou à costa nordestina. “Além de se alimentar de espécies nativas e comprometer o equilíbrio ecológico, ele representa um risco para pescadores e banhistas devido aos seus 18 espinhos peçonhentos que podem causar acidente nas pessoas”, alerta a pesquisadora.
O projeto da Ufersa busca capacitar pescadores e pescadoras a reconhecer, capturar e manipular o peixe-leão com segurança. Além disso, a troca de informações entre pesquisadores e a comunidade tem permitido um mapeamento mais preciso da distribuição e do comportamento da espécie.
“Os pescadores se tornaram cientistas cidadãos, nos repassando dados essenciais sobre onde ocorre o peixe-leão, em que profundidade e em que tipo de ambiente ele é encontrado”, ressalta a professora Emanuelle Fontenelle. Até o momento os pesquisadores da Universidade tem uma média de 300 peixes capturados.
Os resultados do projeto que envolve o peixe-leão no RN já são visíveis. O crescimento acelerado dos exemplares capturados na costa potiguar é um indicativo da abundância de alimento e da ausência de predadores naturais. Recentemente, o maior peixe-leão já registrado no mundo foi encontrado no Brasil, reforçando a preocupação com a rápida adaptação da espécie ao novo ambiente.
A pesquisa, que conta com o apoio do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde e da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Ufersa, busca estratégias eficazes para minimizar os impactos negativos dessa invasão. O banco de dados gerado pelo projeto será fundamental para traçar ações de manejo e conservação, garantindo a sustentabilidade da pesca artesanal e a preservação da biodiversidade marinha.
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