Daniela Freire, jornalista
O sinal do possível descontrole diante disso foi a postagem do vídeo no Instagram em que ele responsabiliza a “governadora Fátima Bezerra” pelas críticas que vem recebendo pelos seus próprios erros
Publicado 17 de fevereiro de 2025 às 16:30
Recibo passado
O ex-prefeito de Natal Álvaro Dias parece um tanto quanto desesperado com o fato de que os seus malfeitos como gestor de Natal (a exemplo da forma como executou a obra da engorda de Ponta Negra) e as contradições de suas falas estejam sendo expostos e rodando ao alcance de milhares nas redes sociais. O sinal do possível descontrole diante disso foi a postagem do vídeo no Instagram em que ele responsabiliza – pasme – a “governadora Fátima Bezerra” pelas críticas que vem recebendo da opinião pública – pelos seus próprios erros.
Descontruído por ele
O fato é que após deixar a Prefeitura do Natal, Álvaro agora vê a sua imagem de ‘bom gestor’ ser descontruída pela realidade, que vivia sendo mascarada pelos aliados em todos os setores. Além dos problemas com a engorda, houve a exposição, justamente pelo seu candidato a prefeito e sucessor Paulinho Freire, do rombo de quase R$1 bilhão nas contas públicas de Natal, além da publicização do reconhecimento de uma dívida de mais de R$ 75 milhões para serem pagas por indenização a prestadores de serviço e fornecedores da Saúde, sugerindo que esse montante pode ser fruto de contratos de boca, sem licitação.
Suspeito
Fora isso, descobriu-se, ainda, que Álvaro Dias atestou ao TCE-RN que em 2024 ele “não contraiu obrigações de despesa sem disponibilidade financeira para seu pagamento” e que “não realizou despesas sem prévio empenho”, o que contradiz os reconhecimentos de dívida na saúde em 2025 sobre 2024 feito por Paulinho. Ou seja, aparentemente, Álvaro Dias disse uma coisa à Corte de Contas e fez outra.
Lula investiu na engorda
Há também questões envolvendo a engorda que estão surgindo e desmontando o discurso, empenhado também pelo filho de Álvaro, o deputado estadual Adjuto Dias, de que há uma “orquestração” por parte do PT para criar notícias negativas sobre a obra na praia de Ponta Negra. O documento da Defesa Civil nacional exigindo que a Prefeitura finalizasse a drenagem antes de iniciar o aterramento é um deles. O fato de o Governo Lula ter investido cerca de R$ 60 milhões na engorda de Ponta Negra termina de desmontar a distorção desse discurso.
Nova unidade
Grupo empresarial com a maior estrutura funerária do RN, o Leão e Vila está expandindo. O novo ponto é São Gonçalo do Amarante. A cidade ganhou um centro de velório com a marca que é consagrada no Estado. Naquele município já funciona o cemitério Vila park em Santo Antônio, que é do mesmo grupo, e agora chega o espaço próprio para velório.
Deu ruim
Mais uma repercussão nacional negativa sobre a engorda de Ponta Negra. Depois de ter os problemas (banho de mar ruim, alagamentos e esgoto) noticiados no Jornal Nacional, o programa jornalístico líder de audiência no Brasil, agora foi a vez de o jornal Estado de São Paulo, um dos maiores do Brasil, trazer à tona mais uma situação lamentável provocada pela obra mal executada pela gestão do ex-prefeito Álvaro Dias: o fim da atividade esportiva do surf na região. A reportagem do Estadão mostra contundentes reclamações de praticantes e de empresários que faturavam com a modalidade no local.
Abandonados
É bom lembrar que a praia de Ponta Negra sempre foi referência para o surf no RN, considerada uma das melhores na área urbana da capital potiguar para esse fim, e, por conta disso, escolas de surf e de outras modalidades aquáticas se multiplicaram e faziam sucesso entre os frequentadores de Ponta Negra. A Prefeitura ouviu essas pessoas antes da obra? Segundo depoimentos de escolinhas de surf a gestão Álvaro fez com eles o mesmo que fez com os pescadores da Vila de Ponta Negra, que até protestaram porque não foram procurados para tratar da engorda e de suas consequências.
Deixados pra trás
Inclusive, o Ministério Público Federal (MPF) chegou a pedir que o Idema não concedesse a licença ambiental para a obra de engorda sem consultar os pescadores afetados. Isso foi em julho do ano passado. Agora eles estão aí com os seus barcos quebrando na nova maré pós-engorda, sem conseguirem pescar a mesma quantidade de peixes de antes e com muita dificuldade de locomover as suas embarcações no local.
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