Gabriela Cardoso, advogada e coordenadora do núcleo de Direito Privado do CCGD Advocacia

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Opinião

Propriedade intelectual A importância de um contrato bem estruturado para proteger seu software

Um contrato de prestação de serviços de SaaS bem estruturado é essencial para essa proteção, funcionando não apenas como a mera formalização da relação entre a empresa e clientes, mas como uma ferramenta estratégica

por: Gabriela Cardoso, advogada e coordenadora do núcleo de Direito Privado do CCGD Advocacia - gabrielacardoso@ccgd.adv.br

Publicado 27 de janeiro de 2025 às 15:45

Em um contexto em que o mercado de softwares apresenta um crescimento exponencial, o Software as a Service (SaaS) surge como um produto promissor, sendo uma solução prática e econômica para as mais diversas áreas, como gestão, comunicação e armazenamento.

O serviço consiste, basicamente, na disponibilização de um modelo de software em que o usuário paga pelo acesso e uso contínuo, enquanto o provedor cuida da manutenção, atualizações e segurança.

No entanto, o acesso de terceiros a um software demanda cuidados específicos para evitar vulnerabilidades no sistema e assegurar a viabilidade e a competitividade do empreendimento. Diante disso, um contrato de prestação de serviços de SaaS bem estruturado é essencial para essa proteção, funcionando não apenas como a mera formalização da relação entre a empresa e clientes, mas como uma ferramenta estratégica para garantir que os direitos do desenvolvedor sejam preservados, prevenindo o uso indevido do software e detalhando os limites de acesso, reprodução e distribuição.

Por essa razão, é essencial que esse tipo de contrato tenha cláusulas voltadas para o serviço, como por exemplo:

  • Definição de Propriedade Intelectual, deixando claro que todos os direitos sobre o software permanecem com o desenvolvedor ou com a empresa titular.
  • Licenciamento de Uso, especificando que o cliente possui uma licença limitada para acessar e usar o software e descrevendo as finalidades permitidas e proibidas, a fim de evitar interpretações equivocadas que possam sugerir a transferência de direitos.
  • Confidencialidade, de modo que se impeça o contratante de divulgar informações sobre o software, protegendo o código-fonte, a arquitetura e outras informações sensíveis.
  • Proibição de Engenharia Reversa, para evitar que o cliente ou terceiros tentem desmontar ou reproduzir o software de maneira ilegal.

Fica, então, evidente como um contrato de prestação de serviços bem estruturado é indispensável para proteger a propriedade intelectual do software, preservando os direitos do criador ao mesmo tempo em que garante o sucesso do serviço.

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